terça-feira, 23 de setembro de 2014

POV Cap. 38

Peter’s POV
O mal das pessoas é não levar o que eu digo a sério. Eu avisei que teria consequências. Eu disse que ele deveria fazer o que eu digo. Eu disse que ele não podia proteger todo mundo. Ele me ouviu? Claro que não. Scott tem o cérebro muito pequeno. Não raciocina direto. Por causa dessa burrice dele, agora a tal Sally está em coma num hospital. Se eu não tenho remorço? Sim. Mentira. Claro que não! Ele escolheu brincar com a pessoa errada. Eu avisei, não avisei? Claro que avisei. Posso ser assim, mais ainda tenho coração. Ele não ouviu e não obedeceu porque não quis.
Agora, veja só. Um babaca daqueles querendo atrapalhar meus planos. Planos estes que eu espero para colocar em prática há anos. No início, ele até que me foi útil. Um bom brinquedo. Mas então, ele começou com essa palhaçada de “paixão platônica”. Não aguento uma coisa dessas. Não tenho tempo para essas coisas de adolescentes em processo de amadurecimento. Tenho uma vingança para executar, e Alysson é o alvo principal. Mas, graças ao Scott, eu tive que fazer alguns desvios. Nada que me prejudicasse. Esse é o bom de ser como eu, saber os segredos mais podres das pessoas. Eu tenho todos ao meu favor, sob o meu comando. Consegui fácil alguém para cumprir a promessa feita ao Scott. Outro erro dele: achar que eu não sei das coisas. Eu sei de tudo. Comemoração do aniversário de 2 meses de namoro? Que lindo! Pena que um carro chocou contra o da tia dele e ela bateu num poste. Sendo sincero, era para tudo isso ser só um susto, mas saiu melhor do que eu imaginei. A mulher ficou em coma! Podia ser melhor? Claro que não!
Agora ele está lá, sofrendo, chorando. Coitado. Ainda tem emoções. Scott é tão vulnerável, tão emotivo. Isso não é bom para alguém que está envolvido comigo. Se ele se descontrola tão fácil assim, como vai conseguir sobreviver aos meus ataques? E quando Alysson souber da aposta? Tenho a certeza de que ele vai surtar.
Falando em aposta, um passarinho verde me contou que a Alysson está prestes a saber de tudo, e olha que eu nem estou envolvido nisso dessa vez. É uma pena. Eu queria ter esse prazer. Mas desse jeito, tudo está saindo melhor do que o esperado. Tudo está saindo ao meu favor. Depois de tanta tragédia na minha vida, finalmente eu estou conseguindo o que eu quero. Ela vai pagar muito caro pelo que fez comigo.
Alguns me acham louco por ter essa fixação por ela, mas eu não me importo. Eles dizem isso porque não entendem. Nós nos amamos. Ela só ficou confusa por um tempo. Isso é normal. Mulheres são estranhas, eu entendo isso. Por isso, ainda espero o dia em que ela vai voltar para mim. Mas, enquanto isso não acontece, eu tenho que lembrá-la quem é que manda aqui. Ela não pode brincar comigo desse jeito. Ninguém brinca com Peter Evans! Só eu posso brincar com as pessoas. E esse, por incrível que pareça, é mais uma motivo para me chamarem de louco.
Meus avós uma vez me levaram num médico para avaliar minha saúde mental. Nunca me disseram o resultado, até porque, depois disso, eles me jogaram num orfanato cheio de crianças doidas. Eu fugi de lá. Meus pais? Nunca nem vi a cara deles. Mas também nunca me importei com isso. Foi bom crescer sozinho nas ruas. Aprendi a sobreviver. Mas sabia que viver ali não me levaria a lugar algum. Eu ficaria na rua com aqueles caras. Eu poderia até ser temido por todos, mas seria temido por causa das minha companhias. Eu queria ser temido pelo que eu sou. Com 12 anos, entrei em uma escola e pedi ajuda. Lá mesmo, conheci uma professora. Ela foi pessoa que mais me ajudou nessa vida. Ela demorou muito tempo para me levar para sua casa. A princípio, eu ficava jogado na rua. Às vezes dormia dentro da escola mesmo. Ela me arranjou uniforme, material escolar e uma vaga na escola. Minha vida estava começando a mudar. Depois de um tempo, uma ano mais ou menos, ela me levou parar morar consigo. Nunca disse que eu era seu filho nem nada do tipo, apenas cuidava de mim, e eu também não a via como uma mãe.
O tempo passou e muito coisa mudou. Hoje eu estou aqui, tentando recuperar a dignidade que eu perdi há alguns anos atrás. Eu sei que uma hora ela vai cair em si e voltar para mim. De vez em quando, ela ainda aparece para mim, na calada da noite. Mas diz que não é nada sério. Não volta para mim definitivamente. É apenas um lance casual, para matar a saudade. Não é isso o que eu quero. Eu quero que ela seja minha, só minha, toda minha, como era antes.


Como eu sempre digo, paciência é uma virtude. Estou esperando, e vou esperar o tempo que for preciso para que ela volte. Mas é claro que não vou esperar sentado. Minha vingança vai continuar. Ela vai sofrer enquanto não voltar para mim. Vou machucá-la em todos os sentidos que eu puder. Vou feri-la de todas as formas. Ela vai voltar, nem que seja a força.

Fim de "A Filha do Diretor"

Então, eu tinha dito que AFiD não passaria do mês de setembro, certo? Mas aconteceu uma coisinha chamada imprevisto. Essa semana, que é praticamente a última semana do mês de setembro, é minha semana de provas, logo, não terei como fazer maratona essa semana. Se não fosse semana de provas, eu me dedicaria somente e apenas para escrever os 10 capítulos que faltam, mas eu vou estar estudando.
"Então, o que você vai fazer, tia Drama Queen? Você vai parar de escrever a história assim, do nada?"
Claro que não, néh?! Eu posso ser meio irresponsável de  vez em quando, mas eu não sou louca. Veja bem, eu vou adiar o fim da AFiD. Em vez de ser essa semana, será na primeira semana de outubro.
"Aaaaeeehhh... AFiD vai durar mais tempo!"
Não. AFiD não vai durar mais tempo. Vocês só vão ficar uma semana sem capítulos pra depois ter uma chuva de capítulos finais. Esclarecido? Espero que sim. Se alguém tiver alguma dúvida, sabe onde me encontrar. Não tenham medo de perguntar, ok?
Beijos de amora :*

domingo, 21 de setembro de 2014

POV Cap. 37

Lilyan’s POV
Tudo bem. Talvez eu não seja tão imune assim ao amor, ou a paixão, sei lá. A verdade é que eu fiquei encantada por Zac. Ele é mais novo, eu sei. Mas esse jeito bobo dele, a feição inocente. Acho que foi isso que mais me atraiu nele. Só de olhá-lo já se vê que ele não é como a maioria dos adolescentes. Aquele tipo que tem os hormônios a flor da pele, que necessita de contato humano o tempo inteiro. Eu já conheci muita gente assim, mas aí elas viraram gente. Fala sério. Vai dizer que aquele bando de adolescentes, bêbados, dançando feito uma lombriga tendo um ataque, esfregando-se um nos outros não parecem um bando de animais no cio? Se você discorda de mim, tenho quase certeza de que você é um deles.
Veja bem, não estou dizendo que adolescentes que vão a festas, que dançam, que namoram, que saem e o caramba a quatro, são todos animais. Estou dizendo que a maioria deles se comporta como tal. E, de qualquer forma, não gosto de ir a festas. Não gosto de lugares com muitas pessoas. Detesto calor humano. Não confunda isso com frescura. Eu não sou daquelas garotas enjoadas cheias de “não-me-toque”. Muito pelo contrário. Mas se eu puder evitar ficar no mesmo recinto que centenas de adolescentes vulgares, suados, tarados e bêbados, bem, eu vou evitar. Esse ambiente chega a ser nojento.
Mas, Lilyan, eles estão se divertindo.
Me diz então, óh, mente brilhante, porque raios eles bebem se estão se divertindo? Por que precisam de álcool para intensificarem aquela experiência? Por que eles escolhem esquecer aquilo depois? Pois é…
Mas, Lilyan, nem todos bebem.
Para mim, continuam em estado degradante. É uma tristeza saber que o futuro desse mundo está na mão dessas… dessas… Dessas coisas. Chega a ser quase deprimente. Mas, sendo sincera, eu não me importo tanto assim com o futuro. O futuro está lá, eu estou aqui. Sei que, se eu fizer tudo certo aqui, lá eu vou ser bem sucedida. E, tecnicamente, eu estou vivendo o futuro constantemente, porque, bem, hoje é o futuro dos dias anteriores. Agora é o futuro de alguns segundos atrás. E se eu parar para pensar e analisar, tudo o que eu já fiz, interfere sim no agora.
Mas não vou encher a paciência de vocês com esse assunto filosófico. Sei como é chato para a maioria das pessoas. Mais uma questão que precisa ser resolvida no meio dos jovens. Que tipo de ser vivente não gosta de filosofia? Só pode ser por preguiça de pensar. Sim, porque filosofia é raciocínio. Se você for uma mosca-morta, não vai conseguir entender metade do que os grandes pensadores disseram e dizem. Isso é fato!
E aqui estou eu, de novo, falando em filosofia. Não me segurei. Desculpem.
Voltando para Zac. Alguns devem pensar: o que uma garota madura como a Lilyan está fazendo com um crianção como o Zac Harris? Bem, deve ser aquela história de “os opostos se atraem”. Sei lá. E eu também nem sou tão madura. Tenho muito o que melhorar. E claro que também gosto de umas palhaçadas de vez em quando. Tudo com Zac é mais divertido. Ele é  tipo de cara que sempre tem uma piada nova pra contar, um drama diferente para fazer, uma loucura nova para compartilhar e, o melhor, sempre sabe como me fazer sorrir.
Há um tempo atrás, me fazer sorrir era uma missão quase impossível. Não vou fazer drama. Vou logo avisando. Só vou contar minha história de uma forma bem resumida.
Eu sou adotada.
Pois é, você pensa que sua vida é linda, bela e maravilhosa, até que sua mãe surge no seu aniversário de 17 anos e diz que ela não é sua mãe de sangue. Não foi legal.
Diferente do que alguns pensam, eu não mudei quase nada depois de receber essa notícia. Continuei a mesma. Sempre fui antissocial e “adultizada” desse jeito. Não mudei uma vírgula do meu jeito de viver e ver as coisas. Muitos dos meus familiares (que não são realmente meus familiares) acham que eu fiquei assim depois da notícia. Por favor, eles realmente acham que eu daria um chilique desse tamanho por uma notícia idiota dessas? Se fosse a morte de um dos meus pais, tudo bem. Mas não. Eu só descobri que eu não tenho o sangue daquelas pessoas maravilhosas que me criaram como se eu fosse sua filha.
Enfim, voltando para Zac. Esses dias atrás ele estava com umas brincadeiras idiotas. Estava dizendo que me pediria em namoro. Não sei se eu quero isso. Não sei se eu quero ter compromisso com alguém agora. O último que eu tive não terminou muito bem. E sim, eu só tive um namorado, que também foi o cara do meu primeiro beijo. É, meu queridos. Vocês acham que eu sairia por aí beijando qualquer boca? Ele era um cara legal, mas acabou virando um animal no cio. Sem chance de permanecermos juntos.
Acho que Zac estava só me sondando. Estava querendo saber qual seria minha reação, minha resposta se ele realmente perguntasse. Eu tentei manter uma reação que não demonstrasse um ”sim” nem um “não”, até porque eu também não sei como seria.
No aniversário da Sarah, Zac me apronta uma. Eu só faltei cavar um buraco no chão e enfiar minha cara. Ele me pediu em namoro no meio da festa, gritando para todo mundo ouvir. Não me julgue, eu até gostei. Achei fofo da parte dele, mas eu não gosto de ser o centro das atenções. Odeio ver muitos pares de olhos me encarando. Isso é de extremo incômodo. Então, eu saí correndo.
O quê? Não tinha como cavar um buraco. Parem de me criticar.
Zac, graças a Deus, veio atrás de mim. Eu expliquei tudo para ele, com uma vergonha sem tamanho. Eu sei que não deveria ter vergonha disso. Mas, sei lá.
- Entendo perfeitamente o que você está sentindo - Zac disse. -  Não se preocupe com isso. Eu espero o tempo que você precisar para se acostumar. Mas, nem que seja escondido, deixa eu ser seu namorado - ele pediu, sorrindo meigamente. - Eu não preciso que ninguém saiba. A única coisa que importa é eu saber que você é minha, assim como eu sei que eu sou somente seu.
Não pude deixar de sorrir. Como ele consegue fazer isso? Como pode arrancar um sorriso de mim tão facilmente?
Selei nossos lábios levemente.
- Eu sou só sua, Zac - afirmei, aceitando o seu pedido.
Ditas essas palavras, ele me beijou. Um beijo ao estilo Zac. Algo entre o desespero e a calmaria, beirando a insanidade. É um beijo intenso, mas sem entregar tudo de primeira. Ele me faz querer me aprofundar mais, descobrir o que há mais por detrás de todo esse mistério. Não sei bem como definir esse beijo. Talvez nem tenha uma definição correta. Mas esse é o melhor que eu consigo fazer. Com certeza não está fiel ao que eu sinto durante o beijo, mas é bem perto. Não adianta. Só provando beijo dele para saber, o que vocês nunca vão fazer. Com licença. Ele é somente meu!


Por fim, resolvi arriscar. Talvez esse relacionamento seja uma boa oportunidade de eu mudar um pouco o meu jeito. Não quero virar nenhum animal, mas me soltar um pouco mais, ser mais extrovertida, de fato namorar. Acho que Zac não merece que eu esconda o que nós temos, por isso, no dia seguinte a festa, no portão de entrada do colégio, eu o beijei. Sim, eu beijei Zac Harris no portão do colégio, na frente de um bando de anim… Gente. Um bando de gente (Eu ainda paro com essa mania!). Pela primeira vez eu fui o centro das atenções e não dei a mínima importância a isso.

sábado, 20 de setembro de 2014

POV Cap 35

Alysson’s POV
Feliz. É assim que eu me sinto. Mas, ao mesmo tempo, estou indignada. Como assim proibida de sair de casa? Por que proibida de ver meus amigos e meu namorado? Isso é tão injusto! E também impressionante. Por que impressionante? Pelo simples fato de que, eu e Scott não podemos ficar bem, aliás, nada pode ficar bem, que alguma coisa acontece para estragar tudo.  E essa coisa, no momento, é o meu pai.
Não vou bancar a adolescente rebelde e dramática e dizer que minha vida não pode piorar, que ela está destruída, que minha alegria acabou. Não é realmente assim. Eu ainda estou feliz. Estou namorando com Scott. Finalmente alguém que não está comigo apenas para me fazer sofrer.
Por causa de todas essas coisas, meu sono foi prejudicado. Não consegui dormir. Meu pai me colocou de castigo. Eu, uma garota de 18 anos, de castigo porque estava assistindo um filme com o namorado na sala de casa. Pois é, eu ainda estava na sala, não no quarto onde as pessoas geralmente ficam. Um absurdo!
Enfim, voltando. Não consigo dormir. Rolei na cama por não sei quanto tempo, tentei ler, mas não estava resultando. Estou me sentindo entediada. Podia amanhecer logo.
Bufei e me levantei da cama. Vou assistir um filme na sala. Não interessa que é de madrugada.
Sai do quarto sem fazer barulho (meu pai tem um sono extremamente leve) e desci as escadas do mesmo modo. Parei no meio da escada ao ouvir um barulho. Passos. Mas não qualquer passo. Passos de alguém usando salto alto. Se isso é estranho? Muito, demais, pra caramba! Até onde eu sei, as únicas pessoas dessa casa que usam salto sou eu e minha mãe. Minha mãe está dormindo, com certeza, e eu, bem, eu estou aqui. Desci as escadas mais rapidamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Cheguei na sala a tempo de ver a mulher sair pela porta da frente e fechá-la. Corri para a janela e lá estava ela, entrando no carro da minha mãe.
Uma mulher estranha pegando o carro da minha mãe. Uma mulher estranha e vulgar. Porque, vou te contar. A vida é curta, mas a saia daquela ali…
A tal mulher virou-se por um breve momento, balançando seus cabelos negros, iguais os da minha mãe. Ela encarou a casa por um tempo. Mesmo no escuro, pude ver seus olhos verdes brilharem
- Mãe! - disse em voz alta. Por um momento temi que ela, ou até meu pai, me ouvissem. Mas ninguém pareceu perceber minha fala.


Aquela é a minha mãe! A minha mãe! Minha progenitora está vestida como uma quenga. E saindo no meio da madrugada. Isso não está certo. Ok, tudo bem. Ela tem um corpo bonito, mas usar uma saia que mostre o útero das pessoas não é recomendável para a idade dela. Ah, dane-se o que é recomendável ou não. Minha mãe está vestida como uma… uma… Uma Paris e saindo de madrugada, escondida. Mas que droga!
Depois que ela saiu com o carro, fui até o quarto dos meus pais, só para ter certeza de que eu não estou pirando. Ela não trancou a porta, por isso consegui abri-la bem lentamente. Essas porcarias de portas resolvem ranger na hora que não podem fazer barulho. Mas que coisa! Sorte que meu pai não acordou. E, sim, ele está sozinho na cama. Se ele está sozinho, minha mãe realmente saiu daqui agora, vestida daquele jeito.
Apenas uma coisa passa pela minha cabeça agora, e é uma coisa que eu não queria pensar. Acho que ninguém no meu lugar gostaria de pensar numa coisa dessas. Traição. Minha mãe está traindo meu pai. Só que eu não posso provar isso. Eu poderia segui-la. Poderia, mas não segui. E não daria, de qualquer. Eu só poderia ir se fosse de carro e esse chamaria muita atenção.
Alguma coisa “apitou” em meu subconsciente. “Procure provas!”. Eu não posso deixar que meu pai seja enganado dessa forma. Não vou deixar que aquela mulher faça isso. Nesse momento, eu não poderia estar mais desperta. O sono que eu tinha antes, sumiu. Fui até o escritório particular daquela mulher e comecei a revirar as coisas. Não me preocupei de estar tirando tudo do lugar. Essa coisa toda já estava uma bagunça mesmo. Abri todas as gavetas e tirei tudo o que tinha dentro delas. Nada. Mas… Há! Fundo falso. Que coisa de novela. Nada original. Tirei o fundo da gaveta e só encontrei dinheiro. Além de tudo ela ainda esconde dinheiro do meu pai. Sacana!  Tem que ter alguma coisa por aqui. Ela não pode fazer isso sem deixar nenhuma pista. Ela tem que ter dado algum deslize.
Continuei a procura, até que achei um envelope. Um parecido com o que me enviaram com fotos do Scott com a Ruby. Lembrar dessa ocasião me dá arrepios. Tudo bem. Foco no envelope na minha mão. Abri-o com cuidado para não amassar, nem rasgar e tirei os papéis que tinham lá dentro com o mesmo cuidado. Não são fotos. São cartas.
Sem pensar duas vezes, li a primeira que me apareceu. Acho que uma leitura nunca me deixou com tanto nojo. Nojo da minha própria mãe, nojo de mim por ter saído de dentro daquele ser asqueroso! Coisas vulgares e imorais. Coisas que eu nem sabia que poderia ainda passar na mente de adultos.
Agora a questão: conto ou não para o meu pai? Porque essas cartas escritas são provas o suficiente.
O certo seria contar, eu sei. Mas não sei se aguentaria vê-lo sofrer por saber disso. Por outro lado, também não sei se suportaria guardar esse segredo e conviver com ele, sabendo que estou enganando meu próprio pai e acobertando as sujeiras de Marie.
É uma decisão difícil. Nesse momento eu gostaria de ter uma sabedoria extraordinário. Talvez assim, eu soubesse como resolver isso sem que ninguém saia prejudicado ou magoado nessa história.



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Meu bem, apenas de mim vem

Não, eu não morri. Duas semanas sem me manifestar, não é? Sinto muito. Estou preparando uma maratona bem grande pra vocês. Sábado eu posto, ok? MAS não foi pra isso que eu vim aqui. Queria mostrar a vocês uma coisa que a Alysson (ou seja, eu) escreveu. Enão, com vocês, Alysson Cooper!

Meu bem, apenas de mim vem

Dura e arrogante

Fria e distante
Tudo é apenas um escudo
Uma proteção de tudo
Não querer estar com alguém
Não querer ir além
É só uma forma de saber
Que não voltarei a sofrer
Um dia chorei, me lamentei
Sofri ao sorrir
Não escolhi o melhor barco ao embarcar
A aparência só fez me enganar
Por isso discordo:
Posso sim, estar só
Estar só e ser feliz
Não preciso de ninguém que me faça bem
Por que o meu bem
Apenas de mim vem 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Twitter

Hey, amores e amoras.
Tia Drama Queen veio aqui só pra dar um aviso rapidinho: estou no twitter! É o seguinte: lá eu vou avisar sempre que eu postar algum capítulo novo, ou qualquer coisa aqui no blog, e postar frases das histórias também. Então, se quiserem, sigam lá. Segue o link: https://twitter.com/tdrama_queen

terça-feira, 9 de setembro de 2014

POV Cap. 32

Paris’s POV
Me juntar a Peter foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Estou conseguindo tudo o que eu queria. Ou quase conseguindo. Scott e Alysson sempre arrumam um jeito de voltar, e isso me irrita profundamente. Ou Scott tem algum tipo de encantamento, ou a Alysson é muito idiota. Eu achava que tínhamos usado todas as nossas ideias para os separar, mas, pelo que Peter disse, ainda temos algumas cartas na manga. Peter continua tão eficiente quanto antes. Eu nuca fui tão boa quanto ele, e acho que nunca vou ser realmente, mas tudo o que sei hoje, aprendi com ele.
Conheci Peter há alguns anos, na escola. Antes mesmo de conhecer a Alysson. Acabei me envolvendo com ele. Foi aí que eu conheci Nicolle Wilson, a garota que ficou com Peter na festa de Alysson, e Sarah. Quem olha para aquela cara de anjinho que ela tem, nunca pensaria ou acreditaria numa coisa dessas, mas sim, Sarah Foster fazia parte do bando de Peter. Sempre soube o quão perigoso Peter era, mas que garota não gosta de um perigo? Eu sou daquelas que ama um desafio e correr riscos. Peter era um desafio e um risco dos grandes. O que tínhamos não era nada realmente sério, mas também não era casual. Não sei como chamar aquilo. Eu era a sua garota e, até onde eu sei, a única. Mas eu não me importaria se ele tivesse outras. Como eu disse, não era nada sério. E além de sua garota, eu era sua aprendiz. Peter vivia se metendo em encrenca, mas nunca era pego. Aquilo me fascinava. Ele me ensinou tudo o que sabia, mas para conseguir ser igual a ele, precisava de prática. Eu até fazia algumas coisas, mas outras eram mais… sérias.
Aos poucos ganhei a confiança de Peter. Passei de aprendiz a seu braço direito. O ajudava a planejar vários golpes, armações e coisas assim. Até que um dia eu era confiável o bastante pra saber da história da grande armação: Alysson Cooper. Ele me contou tudo, desde o início, aproveitou para desabafar. Ele realmente sofreu. Entendo perfeitamente o sentimento de vingança que ele tem. Concordei na hora em fazer aquilo tudo. A partir daquele momento, eu passei a odiar Alysson Cooper. E hoje em dia, ela me deu mais um motivo para odiá-la: fez com que Scott me dispensasse para ficar com ela. Ninguém dispensa Paris Anderson.
No dia da armação contra Alysson, na festa dela, Sarah veio até nós tentando nos fazer desistir de tudo, dizendo que tinha descoberto uma coisa muito séria, mas não disse o que era. É claro que não desistimos. Prosseguimos com o plano sem Sarah. Depois de tudo feito, Alysson envergonhada e a festa destruída, Sarah nos contou o que tinha descoberto: Alysson era a filha do diretor. Peter não ficou surpreso, eu também não. Nós já sabíamos disso, e foi exatamente por ela ser a filha dele que nós fizemos o que fizemos.
Depois desse dia, Sarah nos abandonou de vez e virou uma das melhores amigas da Alysson. Peter nunca mais tocou no assunto Sarah. Era como se ela nunca tivesse existido. Eu achei melhor assim, mas ainda queria me vingar dela, queria que ela pagasse por ter nos traído daquele jeito. Nunca falei disso com Peter. Não queria vê-lo zangado. Isso nunca era uma boa ideia.
Um dia, alguns meses depois da festa de Alysson, Peter me deu mais uma tarefa. Aquilo tudo era tão frequente que eu nem me importava mais. Mas o que ele havia me pedido para fazer era como a prova final da escola. Eu estava passando de ano. O que ele me pediu para fazer era pior do que tudo o que eu já havia feito. E olhe que eu já tinha feito coisas muito ruins. Era violento demais. Eu nunca conseguiria fazer aquilo. Então ele me dispensou. Diferente de Sarah, ele gritou comigo, me humilhou, me xingou, foi bruto, um nojento. Nunca o tinha visto daquele jeito, pelo menos não comigo. Ele fez com que eu me sentisse um lixo. Foi nesse dia que eu prometi a mim mesma que nunca mais seria dispensada por nenhum cara. Ninguém faria com que eu me sentisse daquele jeito de novo.
Mas agora eu estava aqui, o ajudando num plano novamente contra Alysson. Acho que essa garota é o seu fascínio. Mas eu entendo. Aquilo que fizemos foi muito pouco comparado ao que ele sofreu. Mas eu tenho um outro motivo para o estar ajudando. Meu motivo é o Scott.
Vamos colocar em prática mais um plano. Mas esse é fraco, na minha opinião. Temos outros muito mais eficientes, que com certeza resultariam, mas Peter disse que não devemos dar nossa melhor cartada no início. Temos que guardar o melhor para o final. “Vingança para mim, é como a morte para um assassino: se não tiver tortura antes, não tem graça”, são palavras dele. Se fosse a um tempo atrás, ao ouvir essas palavras, eu me distanciaria dele imediatamente. Mas agora não. Como Peter me disse uma vez “todo mundo tem seu lado psicopata, só precisam de alguém ou algo para despertar esse lado”. Scott despertou parte do meu lado psicopata.
O plano era o seguinte: Ruby agarra o Scott; uma colega de trabalho dela fotografa tudo; as fotos são enviadas para Alysson; Alysson surta e termina com o Scott. O resto seria cada um por si. Ruby topou na hora. Disse que estava com saudades dos lábios do Scott. Eu tive que me segurar pra não voar no pescoço dela. A colega de trabalho dela, que até agora eu não sei o nome, ficou contrariada. Não queria participar. Mas como eu sempre digo, sempre tem alguém para chantagear. Mais uma coisa que eu aprendi com Peter: sempre saber os podres das pessoas. Todo mundo, por mais santo que pareça, tem um passado obscuro, alguma coisa para esconder. É o caso da Sarah.
Deu tudo errado. Ruby é fraca demais. Bastou Scott dizer algumas palavras para que ela se desmanchasse em lágrimas. Sei disso porque assisti tudo da sala de vídeo, através das câmera de segurança. Ruby não deveria ter saído correndo, não deveria ter dito nada. Era só dar a droga de um beijo nele. Tinha que ser loira mesmo.
Mas no fim nada foi totalmente perdido. A colega de trabalho de Ruby conseguiu tirar fotos em ângulos que parecia que eles estavam se beijando. Um material que dá pra aproveitar.
E mesmo assim não deu certo.
Eu não estava exagerando quando disse que eles sempre arrumam um jeito de voltar. Mas isso não vai ficar assim. Tenho muitas cartas na manga, e sou capaz de fazer qualquer coisa para separar esses dois. Qualquer coisa.

sábado, 6 de setembro de 2014

POV Cap. 30

Sarah’s POV
Quem um dia poderia imaginar uma cena dessas? Eu, Alysson e Lilyan conversando com James, Anthony, Zac e agora Scott. Acho que ninguém. Pertencíamos à mundo completamente diferentes. Mas agora estamos aqui, todos juntos, no portão da escola, conversando como se fôssemos amigos de longa data. Eu e James. Isso soa tão estranho, mas tão bem ao mesmo tempo. Confesso que já tive um fraco por ele, mas como ele fazia parte do grupos dos “rejeitados”, estava fora de cogitação alguma coisa entre nós. E depois que Peter entrou no grupo então, todas as possibilidades foram destruídas.
           Eles eram aquele tipo que não é inteligente o bastante para ser nerd, nem esportista o bastante para fazer parte da equipe de basquete, nem “descolados” o suficiente para andarem com os populares. Eles eram um pouco de cada, mas não o suficiente para pertencer a algum grupo. Por isso, acabaram criando seu próprio grupo: os “rejeitados”, como eram conhecidos, ou “desajustados”. Peter entrou para o grupo depois do que fez com a Alysson.
Ele não foi expulso da escola por muito pouco, mas o diretor continuou pegando no pé dele, e ninguém queria andar com alguém que está na lista negra do diretor. Então, Peter foi para o único lugar onde seria realmente aceito: se tornou um rejeitado. Eles se recusaram a aceitar Peter, assim como os outros grupos, mas acabaram cedendo às insistências de Peter, então ele ficou lá.
Bom, muita coisa mudou de uns meses para cá. Peter foi afastado dos outros, ninguém mais vê Ross, Scott entrou para o grupo e, bem… Tudo mudou depois que ele entrou. Digo sem medo de errar que o culpado disso tudo é ele, o Scott. Aquela maldita aposta serviu para alguma coisa afinal. Convenhamos, se não fosse por ela, eu não estaria com o James, Lilyan com certeza não estaria com Zac, Peter não estaria isolado e rejeito, Paris não teria levado um fora muito bem dado do Scott e, claro, Alysson não estaria feliz e com um cara que preste, porque aquele Kyle…
Falando em Alysson e Scott, eles estavam brigados. Alysson não me falou nada sobre ele depois da festa e eu sei que eles conversaram. Fui eu quem disse ao Scott onde ela estava. Sem falar que eu a vi usando o anel, aquele que eu ajudei o Scott a comprar. Aí tem coisa. Tirei essa conclusão principalmente pela troca de olhares deles na entrada do colégio. Muito suspeito.
Como eu sou eu, não pude deixar isso passar desapercebido. Abordei o Scott no final das aulas e fiz meu questionário, ele, lógico, se fez de desentendido. Mas eu logo o interrompi e disso tudo o que sabia. Ele falou tudo, como eu imaginei. Alysson seria mais resistente, com certeza. Minhas suspeitas foram confirmadas, mas a notícia foi muito melhor do que eu esperava. ELES ESTÃO NAMORANDO! Eu juro que nunca imaginei Scott Miller namorando sério com alguém. Eu sei que não o conheço, mas pelo que eu já ouvi e vi... Tudo bem que ele já me disse várias vezes que a ama de verdade, mas mesmo assim. Eu não imaginava que era tanto. Não me ache insensível ou algo assim. Se tratando do Scott, é bem normal a minha surpresa.
Voltando para James agora. Nós temos saído bastante juntos, só nós dois. No início, eu pensava que era algo entre amigos. Nada demais. Mas então ele proferiu aquelas palavras;
- Eu gosto de você, Sarah. Gosto muito mais do que como só amigo. E eu vou esperar por você o tempo que for preciso.
Nem preciso falar que meu coração parou naquele momento. Eu me senti mal ao mesmo tempo. Não sabia se sentia a mesma coisa por ele e não o queria jogar para o que chamar de “friendzone”. Eu sei como é horrível. Mas agora eu já não tenho certeza se não sinto nada por ele. Realmente, ele é totalmente o contrário de Ethan. Talvez o melhor para mim.
Hoje vamos sair novamente. Não esperei muito até ouvir a campainha tocar.
- Ele chegou! - disse para mim mesma.
Me olhei uma última vez no espelho e desci as escadas correndo. Parei um momento para estabilizar a respiração e abri a porta com um a sorriso.
James sorriu ao me ver.
- Você está linda! - exclamou. Senti meu rosto queimar.
Tudo bem, talvez o Scott esteja certo. Eu coro por qualquer coisa.
- Obrigada.
- Vamos? - Assenti.
Ele hesitou, mas me estendeu a mão. Eu fiquei um bom tempo ali parada, olhando para sua mão suspensa no ar. Quando ele ia recolher a mão, eu rapidamente a rodeei com meus dedos pequenos. Eu devo ter parecido o ser humano mais estúpido do mundo nesse momento. James sorriu para mim e me guiou até seu carro.
Nosso caminho foi silencioso. O clima estava tenso, pelo menos no meu ponto de vista. A conversa não estava fluindo como normalmente fluia. Geralmente conversamos horas a fio, sem nunca perder o assunto. James sempre tem alguma coisa sobre a qual comentar, por mais estúpido que fosse o assunto. Mas não agora.
Chegamos rapidamente ao nosso destino. Um restaurante.
- O meu pai é dono do restaurante, então o almoço hoje é por conta dele - James disse quando já estávamos fora do carro.
- É lindo! - exclamei entrando no estabelecimento.
Sentamos em uma das melhores mesas. Logo um dos garçons veio nos atender. Fizemos nosso pedido, que não demorou a chegar.
Nosso almoço não foi tão silencioso, o que eu acho ótimo. Não sei lidar com silêncio.
Depois do almoço, James me convidou para um passeio numa praça que tem aqui perto. Eu aceitei, claro. Como é bem perto, fomos a pé mesmo.
Lá, o silêncio voltou a reinar. Mas não silêncio como o do caminho até aqui. Um silêncio bom, confortável.
E nesses poucos minutos, ou horas, eu descobri uma coisa que talvez mude tudo: os meus sentimentos por James são maiores do que eu imaginava. É tão bom estar com ele. Ele me faz sentir tão bem. É muito diferente de quando eu estava com Ethan.
- James - chamei meio que inconscientemente.
- Sim?
- E-Eu… - gaguejei. Eu quero contar. Mas talvez seja cedo demais para isso.
- Você…? - me icentivou. Respirei fundo e fechei os olhos.
- Eu acho que… - Pigarreei. - Que você pode parar de esperar por mim.
Uma expressão triste tomou conta do seu rosto. Ah, não. Ele entendeu tudo errado.
- James - chamei novamente. Ele me olhou cabisbaixo. Não aguentei suportar aquele olhar e fiquei encarando meus pés. - Eu também gosto de você - falei baixinho.
Seu rosto iluminou-se. Seus lábios curvaram-se num lindo sorriso, aquele que eu tanto amo ver. Ficamos nos encarando, ambos com sorrisos rasgados nos lábios, com a expressão mais boba possível.
Eu deveria beijá-lo? Eu posso beijá-lo? Ele quer que eu o beije?
- Será que eu posso…? - a voz de James interrompeu meus pensamentos. - É que eu não sei se… Se você quer… Não sei se deveria. - Ri com o modo atrapalhado dele e assenti.
O mundo pareceu parar. Meus olhos estão fixos no belo rapaz a minha frente. Ele aproxima-se lentamente, até eu poder sentir sua respiração contra minha pele. Minhas mãos foram parar nos seus ombros, inconscientemente. Finalmente, senti seus braços a minha volta.
Cronos, passa o tempo um pouquinho mais rápido, por favor!
Seus lábios estão perto os meus, mas ao mesmo tempo, estão tão distantes.
James tem os olhos vidrados nos meus lábios. Este abriu um sorriso e olhou nos meus olhos, antes de selar de vez nossos lábios. Meu primeiro beijo com James.


Devo dizer que isso não é nada parecido com o que os livros dizem. É muito mais intenso. Eu não sinto as tais borboletas na barriga. Sinto como o munto inteiro se contorcesse dentro dela. Não sinto minha pele formigar nem queimar. Sinto como se tudo a minha volta, inclusive eu mesma, estivesse em chamas e explodindo constantemente. Não ouço os fogos de artifício. Ouço apenas as tais explosões. Não sinto como se meus sentimentos estivessem todos confusos. Nunca tive tanta certeza do que estou pensando e sentindo. E o que estou sentindo é que, com James, finalmente achei aquilo que procurei durante toda a minha vida: alguém por quem valha a pena sentir o tal sentimento amor.