segunda-feira, 21 de abril de 2014

POV Cap. 5/6

Alysson's POV
Segunda-feira / Casa da Sara
- Então, o que ele queria? - Lily perguntou.
- Ele me chamou para a festa da Paris. - Respondi.
- Da ruiva falsa? - Perguntou Sarah. Assenti.
- E você não aceitou, não é? - Questionou Lily.
- Claro que não!
- Ah, bom. - Disse aliviada.
- Pois eu acho que você deveria ter aceito. - Declarou Sarah.
- Sarah, eu tenho motivos infinitos para não aceitar: 1º odeio, aliás, odiamos a Paris; 2º o Scott anda com o grupinho do Anthony; 3º ele tem cara de idiota.
- Sem falar nos boatos que rolam sobre a fama dele na antiga escola. - Lily completou.
- Bom, eu só contei 4 motivos. - Sarah comentou. - E acho que o infinito é um pouquinho maior que isso.
- Alguns infinitos são maiores que outros. - Rebati dando de ombros.
- Ah, não venha citar A culpa é das estrelas para mim, Aly. Isso não é desculpa.
- E eu não vou mudar de opinião.
- O que custa dar uma chance para o Scott? Conhecê-lo melhor não vai te matar! - Exclamou. Lily revirou os olhos.
- É sério que vocês estão discutindo sobre isso? - Eu e Sarah nos calamos. - Primeiramente: Sarah, a vida é da Alysson ela faz o que ela quiser, sai com quem ela quiser e conhece melhor quem ela quiser. E ela escolheu ser inteligente, deixe-a! Segundo: Alysson, para de fazer tanto drama! É só uma festa! - Abri a boca pra protestar, mas ela continuou. - Dane-se que é a festa da Paris, dane-se que a casa é dela. Dane-se! Vai continuar sendo só uma festa normal, de adolescentes idiotas com os hormônios a flor-da-pele. - Ficamos nos encarando por um tempo. - Já podemos comer?
- Ah, claro. Vamos lá.  Sarah nos guiou  até a cozinha.
...
Terça-feira/ Na Escola
- Ele o que? - Perguntou Sarah.
- Ele estava quase beijando a Paris no corredor. - Repeti. - Eu cheguei na hora que ia rolar o beijo. Mas o Scott me viu e veio atrás de mim.
- E a Paris? - Lily perguntou.
- Ficou plantada lá, olhando para o nada.
- Espera! - Pediu Sarah. - Ele largou a Paris para ir se explicar para você?
- É. Basicamente isso. - Respondi.
- E por que você não casou com ele ainda? - Ela perguntou. Lily bufou e disse:
- Pelo amor de Deus, Sarah! Não seja ridícula!
- Ridícula? Olha, me desculpe, Alysson, mas a Paris não é alguém que se largue para ir falar com você.
- Ah, obrigada por me humilhar. - Eu disse.
- Só disse a verdade. - Ela disse dando de ombros.
O sinal logo tocou e voltamos para sala.
...
Sábado/ Casa da Alysson
: - VOCÊ VAI PARA ESSA FESTA, NEM QUE EU TENHA QUE TE ARRASAR! - Sarah gritou.
- Sarah, que raios eu vou fazer naquela festa? - Perguntei. 
- Se divertir. - Disse Lily.
- Você também, Lily? Mas o que deu em vocês hoje?
- Alysson, eu já te disse uma vez e vou dizer de novo: é só uma festa.
- Eu sei, mas... O Scott vai estar lá. 
- Exatamente. - Disse Sarah.
- Como assim "exatamente"? Você realmente acha que eu vou ir atrás de algum garoto depois do que aconteceu? 
- Já faz 2 anos, Aly. - Disse Lily. - Já devia ter superado.
- Superar? Lilyan, eu nunca vou superar o que o Peter fez comigo!
- Isso é meio exagerado, não acha?!
- Exagerado? EXAGERADO? – Alterei minha voz. Essa conversa já estava me irritando. – Ele me humilhou na frente da escola inteira! E era o dia do meu aniversário, Sarah. E sabe por que ele não faz isso de novo? Porque sabe quem é o meu pai. E se eu não fosse a filha do diretor? Garanto que ele teria feito muito pior!
- Como tem tanta certeza? – Sarah perguntou.
- Como você tem coragem de me fazer uma pergunta dessa?
- Ei, Ei! Meninas! – Lily se pôs entre nós. – Vocês estão vendo o que estão fazendo? Estão brigando por causa de um garoto estúpido e por causa de uma coisa que aconteceu há 2 anos. Vamos pôr a mão na consciência, por favor. Isso já está ficando ridiculamente infantil, até para vocês! – Nos calamos. – Aly, posso falar com você um segundo? – Ela olhou para Sarah. – A sós.
- Além de tudo, agora vão ter segredos? É sério? – Disse Sarah. Lily revirou os olhos.
- Não é nada demais. – Ela disse. – Pode ficar ouvindo atrás da porta se quiser. Mas não faz barulho, só pra fingir que estamos sozinhas, ok?!
- Você acha que eu me rebaixaria a esse nível, Lylian? Faça-me um favor... – Sarah disse saindo do meu quarto e batendo a porta atrás de si.
- Olha, Aly, eu sei que o que o Peter fez com você foi traumatizante. Sei também que o fato de o Scott falar com ele não ajuda muito, mas você não pode achar que todos os meninos são iguais. Você não pode virar uma garota paranoica que pensa que qualquer garoto que se aproximar de você vai tentar destruir sua vida. Se permita ser feliz.
Nenhuma palavra saiu de minha boca. Ok, ela está certa em um ponto. Mas eu também não posso pensar que logo o Scott, do jeito que os outros dizem que ele é e amigo do Peter, é o cara.
- E, Aly, – Lily começou novamente, fazendo-me erguer a cabeça. Ela está em pé em frente a porta. Estava tão distraída que nem percebi que ela havia levantado. – não se esqueça: é só uma festa. – Abriu a porta logo em seguida. – Sarah, - Disse já do lado de fora. – pensei ter te ouvido dizer que não se rebaixaria a esse nível. – Completou me fazendo rir.
Agora estou sozinha no quarto. Falta apenas 1h para festa.
É só uma festa. É só uma festa. É só uma festa.
Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, certo?
Uma coisa não pode acontecer duas vezes à mesma pessoa, não é?
Sim, pode.
Cale-se, consciência.
Só estou avisando que, na última vez, também era só uma festa.
Eu sei, eu sei. Não precisa me lembrar.
...
A festa já tinha começado há quase 50 min. Eu estou vestindo um vestidinho branco, uma sandália preta. Meus cabelos estão soltos e minha maquiagem é a mais simples possível.
- Alysson, se você não me der uma resposta agora, eu vou embora e te deixo aqui! – Sarah gritou da sala. Eu havia dito que iria pensar se iria na festa ou não e ainda não dei uma resposta. A verdade é que eu quero ir, mas estou receosa de que algo aconteça. Algo como o que aconteceu da última vez em que eu fui a uma festa assim.
- Já estou indo! – Gritei de volta.
Se você estiver se perguntando: ela está com medo de que algo que aconteceu há anos atrás aconteça de novo hoje? A resposta é: sim, estou. Não me julgue. Foi traumatizante. Eu não acho eu o Scott seja tão horrível a ponto de fazer o que Peter fez, mas isso não quer dizer que Peter não seja tão horrível a ponto de induzir ou obrigar Scott a fazer o que ele quer. E Scott tem cara de influenciável (e idiota), o que tornaria o trabalho de Peter muito mais fácil. Pode parecer que eu estou viajando e que não tem nenhum nexo o que eu estou pensando, mas há possibilidade de que isso aconteça. Eu não estou ficando maluca!
- Finalmente, donzela! – Exclamou Lily. Eu sorri.
- Você não vai mesmo, Lily? – Perguntei.
- Ir ver um bando de adolescentes exalando hormônios, enquanto vocês duas se esfregam nos seus boymagias? Não, obrigada. Prefiro ficar na sua casa jogando banco imobiliário com a tia Marie.
- Bom saber que você prefere a companhia da minha mãe à minha. – Comentei.
- Para de drama, Alysson. Você nem lembraria que eu estou lá. Estaria ocupada de mais engolindo o Scott.
- Quem é Scott? – Perguntou meu pai chegando na sala. Eu olhei para Lily com os olhos arregalados. Ela estava no mesmo estado. Sarah estava paralisada ao meu lado.
- Anh... É o... o... – Gaguejei.
- Meu namorado. – Disse Lily rapidamente.
- Não sabia que você namorava, Lily. – Meu pai comentou. – E já que ele é o seu namorado, por que a minha filha estaria o “engolindo”? – Fez aspas com as mãos.
- É só uma forma de expressão, pai. – Disse soltando um risinho, o qual pareceu mais falso do que deveria.
- Forma de expressar o que?
- Depende. – Disse Lily.
- Depende do que? – Ele perguntou.
- Olha, pai. Estamos atrasadas. Temos que sair agora. – Enfatizei. Puxei Sarah pelo braço até a porta. Então, lembrei de Lily. Ela disse que ficaria aqui em casa e tenho certeza de que meu pai faria um interrogatório com ela. – Lily, você não disse que tinha que ir pra casa mais cedo hoje? – Perguntei.
- Disse? – Ela perguntou tentando se lembrar. Meu pai estava de costas para nós, indo para cozinha. Quando ela me olhou, indiquei meu pai com o olhar. – Ah! Sim, claro. Tenho mesmo. Vou pegar minha bolsa. – Revirei os olhos.
...
Chegamos na festa depois de 30 minutos, mais ou menos. A primeira coisa que Sarah fez, foi me puxar para o banheiro para retocar a maquiagem. No caminho, avistei Scott.
- Sarah, você se importa de ir sozinha? Acho que eu vou beber alguma coisa.
- Tudo bem. A gente se vê depois.
Fui ao local onde tinha visto Scott. Ele não estava mais lá. Andei na direção em que o vi andar. Nada por enquanto. Depois de o procurar em boa parte da sala, desisto e decido ir ao banheiro procurar Sarah. Me viro para voltar e acabo encontrando o que eu queria, mas da pior forma possível.
Ele a beijava intensamente, com desejo, enquanto a pressionava contra a parede. Ela o puxa pela nuca. Ambos estão envolvidos no beijos como se o resto do mundo não existisse. Então, Scott separa seus lábios dos de Paris e olha ao redor, até que seus olhos encontram com os meus.

 Recadinho:
Amores, desculpem a demora para postar o P.O.V. da Alysson. Eu fiquei sem internet nesses últimos dias. Não deu mesmo. Mas a internet voltou essa tarde, para nossa alegria e eu pude postar o P.O.V.'s Alysson. Espero que tenham gostado e que tenha tirado as dúvidas de vocês em relação aos sentimentos dela para com o Scott e deixado vocês curiosas sobre o que o Peter fez com a Aly no passado. Bom, é isso. Em breve teremos capítulos novos de AFiD. Beijos.

terça-feira, 1 de abril de 2014

POV Cap. 30

POV's Gustavo
Quando Chris chegou da rua, ele estava cheio de sacolas.
- Comprei algumas coisinhas. - Ele disse. Acontece que o cara já fez curso de culinária. Chris invadiu nossa cozinha e fez um treco que eu não entendi o nome, só sei que tinha chocolate e é muito bom! Depois de pronto, colocamos um filme de comédia e assistimos enquanto comíamos. E depois colocamos um de ação. Algumas meninas (lê-se "Mary") reclamaram do filme, mas eu não me importo. Assim que o filme acabou, eu fui fazer mais pipoca, enquanto as meninas escolhiam o próximo filmes, que, provavelmente, seria um romance. A pipoca não demorou a ficar pronta. Peguei o refrigerante, sorvete e o resto do chocolate e voltei para sala. Me sentei no meu lugar no chão, ao lado de Mary.
O filme correu normalmente, até que a campainha toca.
- Eu atendo. - Digo me levantando. Abro a porta, mas quando vejo quem é, fecho-a imediatamente., mas ele me impede pondo o pé na frente. - O que você quer aqui?
- Meu papo não é com você, moleque. - Disse me empurrando para o lado e entrando em casa.
- Andrew?  Disse minha mãe, surpresa.
- Que é ele? - Perguntou Chris.
- Meu ex-marido. - Respondeu, sem desgrudar os olhos do homem.
- Então, já que vocês não quiseram me encontrar, eu vim até vocês. - Ele disse sorrindo.
- Meninas, subam, por favor. - Pediu minha mãe e elas subiram.
- Creio que você queira pedir o divórcio, já que me chama de ex e tem outro do seu lado.
- Você devia ter certeza disse desdo o momento em que passou por aquela porta! - Ela disse com um tom de voz calma, porém firme e um olhar superior. Eu e Chris apenas observávamos. - O que você quer aqui, Andrew?
- Quero resolver as coisas não resolvidas. Quero o seu perdão e o perdão dos meus filhos. - Disse a última parte envolvendo meus ombros com seus braços. Tentei me livrar, mas ele me apertou até me machucar.
- Sinto muito, mas a última coisa que vai ter aqui é perdão!
- Ah, Marlenne, - Disse me soltando. - depois de todos esses anos, ainda não aprendeu que eu sempre consigo o que eu quero?
- talvez isso fosse verdade antes, e seja verdade em outros lugares, mas não aqui. - Minha mãe disse. - As coisas mudaram, Andrew. Você não tem mais autoridade aqui dentro. - Ela mantinha o tom de voz baixo e firme.
- Quando foi que você virou gente? - Andrew perguntou.
Chris abriu a boca para dizer, mas eu fui mais rápido. O puxei pelo braço, fazendo-o olhar para mim e soquei seu rosto. Ele cambaleou, mas permaneceu em pé. Não tempo nem de respirar. Quando dei por mim, estava caído no chão e Andrew me batia com o cinto que antes estava em sua calça. Meu maxilar doía. Ele deve ter me socado, mas eu não lembro. Não consigo pensar em nada que não seja a dor que sinto. Todo o meu corpo está latejando de dor. Começou tudo de novo.
*Flashback on*
Eu estava assistindo Naruto na TV da sala, quando a porta de abriu e meu pai entrou. Finalmente! Ele havia saído na noite anterior. Eu passei a noite em claro o esperando, mas ele só voltou agora. Corro para lhe dar um abraço, mas minha mãe me impede. A princípio, e não entendo o porquê, mas então eu sinto o cheiro. O mesmo cheiro das outras vezes. Mamãe disse para eu nuca ficar perto dele quando ele estivesse assim. Uma vez eu a desobedeci, e entendi o porquê. Eu me afastava lentamente. Minha mãe estava parada entre nós dois. Ele começou a falar várias coisas estranhas que eu não consegui entender, mas ele parecia nervoso. Mamãe tentava acalmá-lo e ele lhe deu um tapa no rosto, o qual a fez cair no chão. E o olhava assustado. Ele veio andando em minha direção. Eu tentei correr, mas ele foi mais rápido. Agarrou meu braço, me jogou no chão, tirou o cinto e começou a me bater. Quando minha mãe tentou o impedir de continuar, ele lhe feriu o rosto novamente, dessa vez com um soco. Eu tentei gritar, mas tudo o que saiu foram gemidos. Ele se voltou para mim e me bateu mais violentamente. Senti uma dor forte na cabeça, e tudo ficou escuro.
*Flashback off*
Ouvi gritos e barulhos de coisas quebrando, mas não abri os olhos para ver o que estava acontecendo. Eu estava  encolhido no chão, cobrindo minha cabeça com os braços.  Senti alguém abaixar-se ao meu lado. Por um momento, temi ser Andrew, mas então, eu ouvi a voz dela. Minha mãe. Uma voz doce e calma, apesar de trêmula. Ela acariciava meus cabelos, mas não me atrevi a abrir os olhos.