quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

NÃO SE INCOMODE

"Tia Drama Queen veio trazer notícias?" Não. Tia Drama Queen veio só mostrar um texto que escreveu, porque sim.
Bom, gente. Sabem que eu amo vocês, certo? Vim aqui apresentar pra vocês um dos meus últimos textos e que, até agora, é um dos meus preferidos. Amo de paixão! E espero que vocês gostem também. Se quiserem, deixem vossas opiniões. Sabem como e onde me encontrar. Beijos de amora :*

Não se incomode

Não se incomode quando eu disser que já sofri. Pois sofri por tempo demais. Mais tempo do que a sua capacidade de se incomodar. Portanto, não se incomode. E não se importe quando lhe disser as coisas que eu fiz quando sofri. Foram coisas horríveis. Mais terríveis do que a sua capacidade de se importar. É perda de tempo. Por favor, não me de atenção, não queira ouvir minha história. Por mais que eu queira te contar, ela é maior do que a sua capacidade de compreensão. Não me julgue. Minha própria condenação já basta. Portanto, não perca tempo tentando e querendo entender. Não tente. Não queira. Eu não quero. Se fosse uma opção, eu também não me importaria, ou sequer me incomodaria. Se eu pudesse, essa história nem seria a minha. Minha história teria uma pote de ouro no final do arco-íris. Um belo caminho com uma bela recompensa. Mas não se incomode. Você não entenderia. Tente não pensar nisso. Eu não penso. Por favor, não se importe. Não quero que se lembre disso quando se lembrar de mim. Quer ter uma lembrança? Lembre do pote de ouro. Se importe com ele. Mas não se incomode.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SOBRE A DE ALANA

Muitos têm me perguntado sobre os próximos capítulos de "A de Alana". Bom, queridos, eu estou voltando ao meu antigo ritmo aos poucos e o fato de eu estar de férias não significa necessariamente que eu estou com tempo e disponibilidade de escrever todo dia. Mas estou tentando, estou fazendo o meu melhor. Pretendo terminar "A de Alana" antes que terminem as férias. Ano que vem terei menos tempo ainda. Ensino Médio... Sabem como é. 
Já tenho bastante coisa pronta e postarei em breve. Não postei ainda por falta de tempo para fazer a revisão dos capítulos. Mas garanto que logo, logo vocês terão capítulos novinhos dessa estória, okay?
Não dou certeza de conseguir começar a "Amor Fotografado - Segunda Temporada" antes das aulas começarem, mas vou fazer de tudo para que os primeiros capítulos sejam postados em janeiro. Espero que entendam.
Beijos de amora :*

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Revivi

Amores e Amoras, Tia Drama Queen está de volta.
Certo que eu já avisei na página do Facebook e já até postei o epílogo de AFiD, mas só agora estou aparecendo por aqui. Pois é, andei longe das redes sociais por um tempo, porque, gente, estou de férias e minha agenda está cheia! Mas prometo que, sempre que tiver um tempo, vou atualizar tudo.
Ah! Falando em redes sociais, agora estou no tumblr, mas, como nos meus outros perfis, não estou atualizando com frequência. Já postei algumas coisas, mas só estou reblogando por enquanto. De qualquer forma, se quiseram seguir desde já:
http://tthedramaqueen.tumblr.com/

E caso não saibam os outros perfis:
Facebook: https://www.facebook.com/ttdramaqueen
Twitter: https://twitter.com/tdrama_queen
Email: insurgenterebeldi@gmail.com
Outro blog: https://cadernode-umaestranha.blogspot.com
Em breve, instagram: @tthedramaqueen

Beijos de amora :*

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Em coma (AVISO SUPER IMPORTANTE!)

Queridos leitores,
Me perdoem ter sumido por tanto tempo e por tê-los deixado sem notícias. Sei que devo muitas explicações, e espero esclarecer todas as dúvidas pendentes.
Para começo de conversa, meu computador, infelizmente, está com problemas. Sim, de novo. Mas dessa vez foi algo menos grave, Graças à Deus! A tela quebrou, somente isso. E o computador da minha mãe já estava quebrado, por isso não pude usar o dela. E para piorar só mais um pouquinho, estou sem internet. Nesse momento, estou em uma lanhouse só para poder dar esse aviso a vocês.
Infelizmente, não tenho disponibilidade para estar na lanhouse todos os dias, para escrever e postar capítulos e notícias. Se eu tivesse, tenham a certeza de que eu estaria.
Para a minha tristeza, e para a tristeza de muitos, assim imagino, venho avisar que, durante esse período, The Drama Queen está em período de coma, simbolicamente falando.
Peço desculpas pelo transtorno e, mais uma vez, pela falta de notícias.
Para finalizar, quero tirar algumas outras dúvidas bem recorrentes, pelo que eu pude perceber.
Primeiro: Sim, o epílogo de "A Filha do Diretor" será postado. Não tenho data prevista, claro. Mas será postada, apesar da demora.
Segundo: "A de Alana" continuará sendo postada, assim que eu tiver um computador e internet de volta. E, obviamente, todas as datas serão alteradas. Não sei quando será o final de "A de Alana" e, muito menos, o início da segunda temporada de "Amor Fotografado". Mas ambas as hitórias serão postadas, com toda certeza!
Mais uma vez, peço mil e uma desculpas a todos vocês. Se, por acaso, houver alguma outra dúvida, sabem onde me encontrar. Prometo que responderei assim que possível.
Beijos de amora :*

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

No dia de amanhã

No dia de amanhã, mais um ano se vai, mais um ano perdido no mar do infinito. Mais um ano de frieza, mais um ano de inutilidade, mais um ano sem beleza e sem futilidade. Mais um ano de perdas, mais um ano de ganhos.
No dia de amanhã, comemoro mais um tempo perdido, menos tempo a ser vivido. Menos tempo para sorrir, menos tempo para viver, menos tempo para alegria vir e para o melhor ter.
No dia de amanhã, tenho menos um dia de vida, menos um ano. Em um ano consegui muitos dias, em um dia vou perder um ano. Mais um ano que sofri com as ironias. Mais um ano que chorei, enquanto a vida ria.
No dia de amanhã, um ciclo morre e outro se inicia. Menos um ano, mais um ano. Menos um que vive, mais um para viver.


Para quem não sabe, amanhã (18/10) é aniversário da tia Drama Queen. 16 anos de puro... sei lá. Por que eu to avisando isso? Também não sei. No fundo só queria mostrar o texto que eu fiz. Então...
Beijos de amora :*

sábado, 11 de outubro de 2014

O Fim

Nunca pensei que sofreria tanto ao acabar de escrever uma estória. Como leitora, eu sofria horrores quando acabava de ler um livro, mas ainda não tinha estado do outro lado. Certo, já concluí algumas outras estórias, mas nada que fosse tão devastador. O que era para ser apenas mais um romance, acabou sendo parte de mim durante longos 6 meses. As personagens não eram apenas personagens, eram - e são - como meus amigos íntimos. Cada momento, cada cena, era vivida não só por eles, mas também por mim. E agora, tudo isso acabou. Não escreverei mais diálogos sem sentidos com o Zac, nem ameaças da Lilyan ou do Peter. Nunca mais vou descrever a lerdeza do Scott, nem a doçura da Sarah ou arrogância da Alysson. Nunca mais vou escrever cenas românticas do meu casal principal. Nunca mais escreverei diálogos com os conselhos maternais da tia Sally, nem as piadas sem graça do Dylan. Anthony nunca mais terá relacionamentos que não dão certo. Diretor Cooper nunca mais chegará nas horas erradas. Kyle nunca mais vai apanhar feio do Scott. Não escreverei mais cenas com as loucuras e chatices do James. Paris não tentará mais conquistar o Scott, nem fracassará em todas as tentativas. Ruby não dará mais os melhores conselhos, nem será mais ameaçada. Chloe e Ross não trairão mais seus amigos. Nenhum deles me fará chorar outra vez, nem sorrir. Não sentirei mais raiva das atitudes e decisões idiotas que eles tomam. Enfim, uma parte de mim acaba aqui. Mas ela não está morta. Pelo contrário, está mais viva do que nunca.

Facebook

Depois dos dois blogs, do e-mail e do Twitter, finalmente, chegamos no Facebook! As postagens na nossa página no Facebook serão uma mistura desse blog com o outro blog que eu tenho, o Caderno de Uma Estranha, e algumas postagens diferenciadas. Vocês sabem que eu prezo muito a relação leitor-escritor, não sabem? Pois então, na página, eu pretendo ter uma relação bem mais estreita com vocês, se assim vocês permitirem, claro. Espero que a página atinja o objetivo e que agrade vocês, o que é o mais importante. Por enquanto, ainda não temos muita coisa (lê-se "nada") postado lá, mas se quiserem já ir curtindo, clique aqui.
É só isso.
Beijos de amora :*

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Esclarecimentos

Você deve estar se perguntando: Cadê o raio do epílogo de "A Filha do Diretor"?
Bom, vou explicar. Acontece que eu não me toquei que eu tinha que fazer algumas coisas antes de terminar a história. Então, o epílogo vai ficar guardado até o dia em que tudo estiver resolvido e eu puder concluir a história. Não se preocupem, ela não sofrer nenhuma mudança. Tudo vai ficar do jeito que está. Eu só vou demorar um pouquinho mais para postar o epílogo. E não pretendo demorar tanto assim também. 
"E 'A de Alana', tia Drama Queen?"
"A de Alana" será postado no dia 13/10 (segunda-feira), como ficou combinado. Não acho necessário adiá-la mais um vez. 
Qualquer dúvida, sabem onde me encontrar.

twitter: https://twitter.com/tdrama_queen

Então, é isso.
Beijos de amora :*

domingo, 5 de outubro de 2014

Adiando outra história

Vejam só! Eu tomei vergonha na cara e mudei o visual do blog. Certo que ainda tem algumas coisinhas para consertar, mas relaxem. Vamos chegar lá!
Enfim, eu disse que a AFiD acabaria na primeira semana de outubro, certo? Certo. Calma, calma. Eu não vou adiar de novo. Só quero avisar que vou postar todos os capítulos essa noite/madrugada. A única coisa que vou deixar para amanhã de manhã, será o epílogo, tudo bem? Ótimo! Sendo assim, chegamos ao segundo aviso: A de Alana será adiada. Sim, gente. Porque, vocês podem não precisar se recuperar do fim de AFiD, mas eu preciso. Sabem o que é ir dormir tarde da madrugada todo dia e acordar cedo no dia seguinte, só pra conseguir escrever todos os capítulos a tempo? Essa sou eu nesses últimos dias. Então, A de Alana vai ficar para a próxima segunda. Vou tirar 1 semana de férias, porque eu mereço, néh?! Por favor!
Bem, fiquem ligados, porque eu não demoro a começar a maratona final de A Filha do Diretor.
Beijos de amora :*

sábado, 4 de outubro de 2014

POV Cap. 39

Alysson’s POV
Eu realmente achei que teria uma tarde tranquila. Talvez não tão tranquila, já que faz quase 5 dias que eu não vejo Scott e a tia dele está no hospital. E eu não soube por ele. Dylan fez o favor de ligar para James e ele nos contou, mas isso foi há algumas horas. Lógico que eles não lembrariam de nos avisar. Nada realmente importa para eles no momento. Eu soube que o caso é grave, mas Dylan não deu muitos detalhes. Sarah foi lá saber mais. Ela parecia excessivamente nervosa. Mas quem sou eu pra julgar, não é? Eu queria ir junto com ela, mas Sarah insistiu que eu ficasse. Entranhei um pouco, mas não dei muita importância a isso. Fiquei sozinha em casa.
Andei de um lado para o outro por um bom tempo. Ficar sozinha é um tédio, ainda mais quando minha cabeça está em outro lugar. Nesse caso, no Scott. O jeito que a Sarah falou comigo realmente me deixou curiosa, mas, acima de tudo, preocupada e desconfiada. Tem alguma coisa aí.
Decidida a ir ao hospital, tomei um banho rápido e me vesti. Mas é claro que alguma coisa iria atrapalhar. É impressionante como as pessoas aparecem nas horas mais impróprias.
Meu pai está no colégio, minha mãe está afogada em trabalho na empresa, como sempre, ou com seu amante, e Chloe, bem, eu nunca sei onde ela está.
Falando em Marie, aquele lance com o cara que eu não faço ideia de quem seja, eu ainda não sei o que eu faço com essa informação. Não quero que o casamento dos meus pais acabe, apesar de já ser como se eles não estivessem mais casados. Aliás, desde que eu me entendo por gente é assim. Antes de assumir a empresa, Marie dava aula em uma escola no outro lado da cidade. Inicialmente, todos morávamos lá, mas então surgiu a oportunidade para o meu pai de abrir um colégio aqui. Marie não quis largar o emprego. Então, durante 9 anos, eu vivi sem meus pais numa mesma casa. Só via Marie nas férias. Sempre achei muito estranho, mas não podia fazer nada para mudar isso. Para que mostrar preocupação? Simplesmente ignorei esse fato e vivi como se tudo fosse normal.
Mas voltando, a bendita campainha atrapalhou meu planos de ir até o hospital.
- Lilyan, você chegou em péssima hora. - Quem cumprimenta um amigo antes de expulsá-lo de casa?
- Hoje você não vai se livrar de mim assim, tão fácil - respondeu, já invadindo minha casa. - Tenho um assunto muito sério pra tratar com você.
- Diga logo - disse já impaciente. Eu realmente quero ir até o hospital. Estou preocupada com o Scott.
- Tem alguém em casa?
- Não.
- Vamos para o seu quarto, só para garantir.
- O que foi, Lily? - perguntei, séria. - O que aconteceu?
- Vamos para o seu quarto - repetiu.
Subimos as escadas. Eu fui na frente praticamente correndo.
- É melhor você sentar antes. - Agora eu fiquei realmente preocupada.
- Lilyan, fala logo o que é! - Ela está me deixando nervosa!
Ela respirou fundo e demorou a responder qualquer coisa. Me sentei na cama e esperei sem dizer uma única palavra, ela me entregou seu celular com um vídeo já em reprodução.
A tela tremeu por um momento, então Peter aparaceu na tela, reconheci o local como sendo a entrada da casa dos tios do Scott.
- Vá direto ao ponto, Peter.
- Tudo bem. Você tem até o fim desse mês para terminar com a Alysson. E não é terminar de qualquer jeito. Quero que ela sofra. Caso contrário, alguém próximo a você vai sofrer as consequências. E, vai por mim, você não vai gostar de saber quem é, nem o que vai acontecer. Como eu disse, é bem melhor você fazer o que eu mando.
- Você realmente acha que eu vou deixar que você machuque alguém?
- Você não pode proteger todo mundo, Scott - afirmou. - Tenha uma boa noite.
Depois, Lilyan pôs outro vídeo em reprodução A imagem desse era completamente preta, como se algo estivesse tampando a imagem, mas o som estava claro. Reconheci logo a voz de Scott. Ele parecia estar contando o ocorrido, aquele que eu vi no vídeo anterior, e explicando toda a história.
- Não - foi a primeira e única coisa que me veio a cabeça.
- Eu sinto muito, Aly, mas é verdade.
- Não, não. Ele não esconderia isso de mim. Isso é muito sério, Lilyan.
- E é exatamente por isso que você tem que acreditar em mim. Eu não brincaria com algo assim.
Eu sei, pensei, mas eu sinceramente não quero acreditar numa coisa dessas.
- Não acredito que caí nessa de novo. Achei que com ele seria diferente.
- Todos eles parecem ser diferentes, Alysson. Você não tinha como saber. Só precisava ficar um pouco mais atenta. - Apenas assenti.
- Meninas! - ouvi Chloe exclamar animadamente, entrando no quarto. - O que houve? - perguntou percebendo o clima tenso.
- O Scott é mais um idiota. Isso é o que aconteceu.
- Calma, Aly - ela pediu, sentando ao meu lado. - Me conta o que aconteceu.
Lilyan mostrou os vídeos a ela, enquanto eu tentava decidir se me deprimia ou matava o Scott.
- Nossa! Eu sinto muito, prima. - Não respondi nada. Não estava afim. Apenas assenti novamente.
Não entendo porque as pessoas vivem dizendo “sinto muito”. Elas não sentem, elas não sabem o que é isso, não sabem o tamanho da dor. No fundo, são todos um bando de mentirosos.
- O que você pretende fazer agora? - Lilyan perguntou.
- Sinceramente - Chloe começou. -, depois dessa eu não namorava nunca mais. Você realmente não dá sorte com garotos. - Estou ciente disso, obrigada.
- Nisso eu tenho que concordar - Lilyan disse. - Primeiro foi o Peter. Não vou nem comentar o acontecimento.
- É. Depois teve o… Como era o nome dele? - Chloe perguntou, eu preferi ficar calada. - Ah, Alex!
- Ah, aquele loiro sem graça? - disse Lilyan.
Eu me recuso a participar dessa conversa.
- Ele mesmo! Se fazia de sonso e acabou por te trair - lembrou Chloe. - Depois veio o Kyle.
Lilyan murmurou alguma coisa que eu não entendi muito bem.
- Ele está quase no nível do Peter - comentou Chloe.
- É, mas não fez coisas tão estúpidas quanto o Peter.
- Verdade. Mas teve aquela vez que…
- Chega! Dá pra vocês pararem de ficar relembrando meus desastres amorosos que não são tão amorosos assim?! Estão bem ciente de todos eles, obrigada!
Essa conversa já estava me cansando.
Um longo silêncio se seguiu, e foi durante esse silêncio que eu percebi que, com o Scott, tudo isso é muito diferente. Os outros me magoaram, de fato. Mas saber que o Scott escondeu uma coisa dessa de mim, me destruiu. De fato, nunca senti nada assim por ninguém. Agora eu sei disso, porque essa dor é maior do que qualquer outra. Nem minha personalidade forte é capaz de aguentar isso e segurar as lágrimas.
Scott não me humilhou, não me traiu, muito menos tentou me bater. Talvez até tenha sido um grande idiota, mas nada que fosse imperdoável. Mas essa mentira… Toda essa história é muito séria. Scott devia saber que com Peter não se brinca. Alguém pode se machucar muito feio no meio disso tudo. Ou, talvez, até já tenha se machucado. Pensando bem agora…
- Meu Deus! - exclamei num tom alto. - A tia do Scott!
- O que tem ela? - Chloe perguntou, tirando os olhos do celular, onde esteve olhando por um longo tempo.
- A pessoa que o Peter estava falando - expliquei. - Scott não terminou comigo e a dona Sally foi parar no hospital. Peter pode ter alguma coisa a ver com isso!
- Não sei, Aly - Lilyan disse. - Talvez seja só coincidência.
- Não existem coincidências com o Peter - rebati. - O conheço suficientemente bem para saber disso.


terça-feira, 23 de setembro de 2014

POV Cap. 38

Peter’s POV
O mal das pessoas é não levar o que eu digo a sério. Eu avisei que teria consequências. Eu disse que ele deveria fazer o que eu digo. Eu disse que ele não podia proteger todo mundo. Ele me ouviu? Claro que não. Scott tem o cérebro muito pequeno. Não raciocina direto. Por causa dessa burrice dele, agora a tal Sally está em coma num hospital. Se eu não tenho remorço? Sim. Mentira. Claro que não! Ele escolheu brincar com a pessoa errada. Eu avisei, não avisei? Claro que avisei. Posso ser assim, mais ainda tenho coração. Ele não ouviu e não obedeceu porque não quis.
Agora, veja só. Um babaca daqueles querendo atrapalhar meus planos. Planos estes que eu espero para colocar em prática há anos. No início, ele até que me foi útil. Um bom brinquedo. Mas então, ele começou com essa palhaçada de “paixão platônica”. Não aguento uma coisa dessas. Não tenho tempo para essas coisas de adolescentes em processo de amadurecimento. Tenho uma vingança para executar, e Alysson é o alvo principal. Mas, graças ao Scott, eu tive que fazer alguns desvios. Nada que me prejudicasse. Esse é o bom de ser como eu, saber os segredos mais podres das pessoas. Eu tenho todos ao meu favor, sob o meu comando. Consegui fácil alguém para cumprir a promessa feita ao Scott. Outro erro dele: achar que eu não sei das coisas. Eu sei de tudo. Comemoração do aniversário de 2 meses de namoro? Que lindo! Pena que um carro chocou contra o da tia dele e ela bateu num poste. Sendo sincero, era para tudo isso ser só um susto, mas saiu melhor do que eu imaginei. A mulher ficou em coma! Podia ser melhor? Claro que não!
Agora ele está lá, sofrendo, chorando. Coitado. Ainda tem emoções. Scott é tão vulnerável, tão emotivo. Isso não é bom para alguém que está envolvido comigo. Se ele se descontrola tão fácil assim, como vai conseguir sobreviver aos meus ataques? E quando Alysson souber da aposta? Tenho a certeza de que ele vai surtar.
Falando em aposta, um passarinho verde me contou que a Alysson está prestes a saber de tudo, e olha que eu nem estou envolvido nisso dessa vez. É uma pena. Eu queria ter esse prazer. Mas desse jeito, tudo está saindo melhor do que o esperado. Tudo está saindo ao meu favor. Depois de tanta tragédia na minha vida, finalmente eu estou conseguindo o que eu quero. Ela vai pagar muito caro pelo que fez comigo.
Alguns me acham louco por ter essa fixação por ela, mas eu não me importo. Eles dizem isso porque não entendem. Nós nos amamos. Ela só ficou confusa por um tempo. Isso é normal. Mulheres são estranhas, eu entendo isso. Por isso, ainda espero o dia em que ela vai voltar para mim. Mas, enquanto isso não acontece, eu tenho que lembrá-la quem é que manda aqui. Ela não pode brincar comigo desse jeito. Ninguém brinca com Peter Evans! Só eu posso brincar com as pessoas. E esse, por incrível que pareça, é mais uma motivo para me chamarem de louco.
Meus avós uma vez me levaram num médico para avaliar minha saúde mental. Nunca me disseram o resultado, até porque, depois disso, eles me jogaram num orfanato cheio de crianças doidas. Eu fugi de lá. Meus pais? Nunca nem vi a cara deles. Mas também nunca me importei com isso. Foi bom crescer sozinho nas ruas. Aprendi a sobreviver. Mas sabia que viver ali não me levaria a lugar algum. Eu ficaria na rua com aqueles caras. Eu poderia até ser temido por todos, mas seria temido por causa das minha companhias. Eu queria ser temido pelo que eu sou. Com 12 anos, entrei em uma escola e pedi ajuda. Lá mesmo, conheci uma professora. Ela foi pessoa que mais me ajudou nessa vida. Ela demorou muito tempo para me levar para sua casa. A princípio, eu ficava jogado na rua. Às vezes dormia dentro da escola mesmo. Ela me arranjou uniforme, material escolar e uma vaga na escola. Minha vida estava começando a mudar. Depois de um tempo, uma ano mais ou menos, ela me levou parar morar consigo. Nunca disse que eu era seu filho nem nada do tipo, apenas cuidava de mim, e eu também não a via como uma mãe.
O tempo passou e muito coisa mudou. Hoje eu estou aqui, tentando recuperar a dignidade que eu perdi há alguns anos atrás. Eu sei que uma hora ela vai cair em si e voltar para mim. De vez em quando, ela ainda aparece para mim, na calada da noite. Mas diz que não é nada sério. Não volta para mim definitivamente. É apenas um lance casual, para matar a saudade. Não é isso o que eu quero. Eu quero que ela seja minha, só minha, toda minha, como era antes.


Como eu sempre digo, paciência é uma virtude. Estou esperando, e vou esperar o tempo que for preciso para que ela volte. Mas é claro que não vou esperar sentado. Minha vingança vai continuar. Ela vai sofrer enquanto não voltar para mim. Vou machucá-la em todos os sentidos que eu puder. Vou feri-la de todas as formas. Ela vai voltar, nem que seja a força.

Fim de "A Filha do Diretor"

Então, eu tinha dito que AFiD não passaria do mês de setembro, certo? Mas aconteceu uma coisinha chamada imprevisto. Essa semana, que é praticamente a última semana do mês de setembro, é minha semana de provas, logo, não terei como fazer maratona essa semana. Se não fosse semana de provas, eu me dedicaria somente e apenas para escrever os 10 capítulos que faltam, mas eu vou estar estudando.
"Então, o que você vai fazer, tia Drama Queen? Você vai parar de escrever a história assim, do nada?"
Claro que não, néh?! Eu posso ser meio irresponsável de  vez em quando, mas eu não sou louca. Veja bem, eu vou adiar o fim da AFiD. Em vez de ser essa semana, será na primeira semana de outubro.
"Aaaaeeehhh... AFiD vai durar mais tempo!"
Não. AFiD não vai durar mais tempo. Vocês só vão ficar uma semana sem capítulos pra depois ter uma chuva de capítulos finais. Esclarecido? Espero que sim. Se alguém tiver alguma dúvida, sabe onde me encontrar. Não tenham medo de perguntar, ok?
Beijos de amora :*

domingo, 21 de setembro de 2014

POV Cap. 37

Lilyan’s POV
Tudo bem. Talvez eu não seja tão imune assim ao amor, ou a paixão, sei lá. A verdade é que eu fiquei encantada por Zac. Ele é mais novo, eu sei. Mas esse jeito bobo dele, a feição inocente. Acho que foi isso que mais me atraiu nele. Só de olhá-lo já se vê que ele não é como a maioria dos adolescentes. Aquele tipo que tem os hormônios a flor da pele, que necessita de contato humano o tempo inteiro. Eu já conheci muita gente assim, mas aí elas viraram gente. Fala sério. Vai dizer que aquele bando de adolescentes, bêbados, dançando feito uma lombriga tendo um ataque, esfregando-se um nos outros não parecem um bando de animais no cio? Se você discorda de mim, tenho quase certeza de que você é um deles.
Veja bem, não estou dizendo que adolescentes que vão a festas, que dançam, que namoram, que saem e o caramba a quatro, são todos animais. Estou dizendo que a maioria deles se comporta como tal. E, de qualquer forma, não gosto de ir a festas. Não gosto de lugares com muitas pessoas. Detesto calor humano. Não confunda isso com frescura. Eu não sou daquelas garotas enjoadas cheias de “não-me-toque”. Muito pelo contrário. Mas se eu puder evitar ficar no mesmo recinto que centenas de adolescentes vulgares, suados, tarados e bêbados, bem, eu vou evitar. Esse ambiente chega a ser nojento.
Mas, Lilyan, eles estão se divertindo.
Me diz então, óh, mente brilhante, porque raios eles bebem se estão se divertindo? Por que precisam de álcool para intensificarem aquela experiência? Por que eles escolhem esquecer aquilo depois? Pois é…
Mas, Lilyan, nem todos bebem.
Para mim, continuam em estado degradante. É uma tristeza saber que o futuro desse mundo está na mão dessas… dessas… Dessas coisas. Chega a ser quase deprimente. Mas, sendo sincera, eu não me importo tanto assim com o futuro. O futuro está lá, eu estou aqui. Sei que, se eu fizer tudo certo aqui, lá eu vou ser bem sucedida. E, tecnicamente, eu estou vivendo o futuro constantemente, porque, bem, hoje é o futuro dos dias anteriores. Agora é o futuro de alguns segundos atrás. E se eu parar para pensar e analisar, tudo o que eu já fiz, interfere sim no agora.
Mas não vou encher a paciência de vocês com esse assunto filosófico. Sei como é chato para a maioria das pessoas. Mais uma questão que precisa ser resolvida no meio dos jovens. Que tipo de ser vivente não gosta de filosofia? Só pode ser por preguiça de pensar. Sim, porque filosofia é raciocínio. Se você for uma mosca-morta, não vai conseguir entender metade do que os grandes pensadores disseram e dizem. Isso é fato!
E aqui estou eu, de novo, falando em filosofia. Não me segurei. Desculpem.
Voltando para Zac. Alguns devem pensar: o que uma garota madura como a Lilyan está fazendo com um crianção como o Zac Harris? Bem, deve ser aquela história de “os opostos se atraem”. Sei lá. E eu também nem sou tão madura. Tenho muito o que melhorar. E claro que também gosto de umas palhaçadas de vez em quando. Tudo com Zac é mais divertido. Ele é  tipo de cara que sempre tem uma piada nova pra contar, um drama diferente para fazer, uma loucura nova para compartilhar e, o melhor, sempre sabe como me fazer sorrir.
Há um tempo atrás, me fazer sorrir era uma missão quase impossível. Não vou fazer drama. Vou logo avisando. Só vou contar minha história de uma forma bem resumida.
Eu sou adotada.
Pois é, você pensa que sua vida é linda, bela e maravilhosa, até que sua mãe surge no seu aniversário de 17 anos e diz que ela não é sua mãe de sangue. Não foi legal.
Diferente do que alguns pensam, eu não mudei quase nada depois de receber essa notícia. Continuei a mesma. Sempre fui antissocial e “adultizada” desse jeito. Não mudei uma vírgula do meu jeito de viver e ver as coisas. Muitos dos meus familiares (que não são realmente meus familiares) acham que eu fiquei assim depois da notícia. Por favor, eles realmente acham que eu daria um chilique desse tamanho por uma notícia idiota dessas? Se fosse a morte de um dos meus pais, tudo bem. Mas não. Eu só descobri que eu não tenho o sangue daquelas pessoas maravilhosas que me criaram como se eu fosse sua filha.
Enfim, voltando para Zac. Esses dias atrás ele estava com umas brincadeiras idiotas. Estava dizendo que me pediria em namoro. Não sei se eu quero isso. Não sei se eu quero ter compromisso com alguém agora. O último que eu tive não terminou muito bem. E sim, eu só tive um namorado, que também foi o cara do meu primeiro beijo. É, meu queridos. Vocês acham que eu sairia por aí beijando qualquer boca? Ele era um cara legal, mas acabou virando um animal no cio. Sem chance de permanecermos juntos.
Acho que Zac estava só me sondando. Estava querendo saber qual seria minha reação, minha resposta se ele realmente perguntasse. Eu tentei manter uma reação que não demonstrasse um ”sim” nem um “não”, até porque eu também não sei como seria.
No aniversário da Sarah, Zac me apronta uma. Eu só faltei cavar um buraco no chão e enfiar minha cara. Ele me pediu em namoro no meio da festa, gritando para todo mundo ouvir. Não me julgue, eu até gostei. Achei fofo da parte dele, mas eu não gosto de ser o centro das atenções. Odeio ver muitos pares de olhos me encarando. Isso é de extremo incômodo. Então, eu saí correndo.
O quê? Não tinha como cavar um buraco. Parem de me criticar.
Zac, graças a Deus, veio atrás de mim. Eu expliquei tudo para ele, com uma vergonha sem tamanho. Eu sei que não deveria ter vergonha disso. Mas, sei lá.
- Entendo perfeitamente o que você está sentindo - Zac disse. -  Não se preocupe com isso. Eu espero o tempo que você precisar para se acostumar. Mas, nem que seja escondido, deixa eu ser seu namorado - ele pediu, sorrindo meigamente. - Eu não preciso que ninguém saiba. A única coisa que importa é eu saber que você é minha, assim como eu sei que eu sou somente seu.
Não pude deixar de sorrir. Como ele consegue fazer isso? Como pode arrancar um sorriso de mim tão facilmente?
Selei nossos lábios levemente.
- Eu sou só sua, Zac - afirmei, aceitando o seu pedido.
Ditas essas palavras, ele me beijou. Um beijo ao estilo Zac. Algo entre o desespero e a calmaria, beirando a insanidade. É um beijo intenso, mas sem entregar tudo de primeira. Ele me faz querer me aprofundar mais, descobrir o que há mais por detrás de todo esse mistério. Não sei bem como definir esse beijo. Talvez nem tenha uma definição correta. Mas esse é o melhor que eu consigo fazer. Com certeza não está fiel ao que eu sinto durante o beijo, mas é bem perto. Não adianta. Só provando beijo dele para saber, o que vocês nunca vão fazer. Com licença. Ele é somente meu!


Por fim, resolvi arriscar. Talvez esse relacionamento seja uma boa oportunidade de eu mudar um pouco o meu jeito. Não quero virar nenhum animal, mas me soltar um pouco mais, ser mais extrovertida, de fato namorar. Acho que Zac não merece que eu esconda o que nós temos, por isso, no dia seguinte a festa, no portão de entrada do colégio, eu o beijei. Sim, eu beijei Zac Harris no portão do colégio, na frente de um bando de anim… Gente. Um bando de gente (Eu ainda paro com essa mania!). Pela primeira vez eu fui o centro das atenções e não dei a mínima importância a isso.

sábado, 20 de setembro de 2014

POV Cap 35

Alysson’s POV
Feliz. É assim que eu me sinto. Mas, ao mesmo tempo, estou indignada. Como assim proibida de sair de casa? Por que proibida de ver meus amigos e meu namorado? Isso é tão injusto! E também impressionante. Por que impressionante? Pelo simples fato de que, eu e Scott não podemos ficar bem, aliás, nada pode ficar bem, que alguma coisa acontece para estragar tudo.  E essa coisa, no momento, é o meu pai.
Não vou bancar a adolescente rebelde e dramática e dizer que minha vida não pode piorar, que ela está destruída, que minha alegria acabou. Não é realmente assim. Eu ainda estou feliz. Estou namorando com Scott. Finalmente alguém que não está comigo apenas para me fazer sofrer.
Por causa de todas essas coisas, meu sono foi prejudicado. Não consegui dormir. Meu pai me colocou de castigo. Eu, uma garota de 18 anos, de castigo porque estava assistindo um filme com o namorado na sala de casa. Pois é, eu ainda estava na sala, não no quarto onde as pessoas geralmente ficam. Um absurdo!
Enfim, voltando. Não consigo dormir. Rolei na cama por não sei quanto tempo, tentei ler, mas não estava resultando. Estou me sentindo entediada. Podia amanhecer logo.
Bufei e me levantei da cama. Vou assistir um filme na sala. Não interessa que é de madrugada.
Sai do quarto sem fazer barulho (meu pai tem um sono extremamente leve) e desci as escadas do mesmo modo. Parei no meio da escada ao ouvir um barulho. Passos. Mas não qualquer passo. Passos de alguém usando salto alto. Se isso é estranho? Muito, demais, pra caramba! Até onde eu sei, as únicas pessoas dessa casa que usam salto sou eu e minha mãe. Minha mãe está dormindo, com certeza, e eu, bem, eu estou aqui. Desci as escadas mais rapidamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Cheguei na sala a tempo de ver a mulher sair pela porta da frente e fechá-la. Corri para a janela e lá estava ela, entrando no carro da minha mãe.
Uma mulher estranha pegando o carro da minha mãe. Uma mulher estranha e vulgar. Porque, vou te contar. A vida é curta, mas a saia daquela ali…
A tal mulher virou-se por um breve momento, balançando seus cabelos negros, iguais os da minha mãe. Ela encarou a casa por um tempo. Mesmo no escuro, pude ver seus olhos verdes brilharem
- Mãe! - disse em voz alta. Por um momento temi que ela, ou até meu pai, me ouvissem. Mas ninguém pareceu perceber minha fala.


Aquela é a minha mãe! A minha mãe! Minha progenitora está vestida como uma quenga. E saindo no meio da madrugada. Isso não está certo. Ok, tudo bem. Ela tem um corpo bonito, mas usar uma saia que mostre o útero das pessoas não é recomendável para a idade dela. Ah, dane-se o que é recomendável ou não. Minha mãe está vestida como uma… uma… Uma Paris e saindo de madrugada, escondida. Mas que droga!
Depois que ela saiu com o carro, fui até o quarto dos meus pais, só para ter certeza de que eu não estou pirando. Ela não trancou a porta, por isso consegui abri-la bem lentamente. Essas porcarias de portas resolvem ranger na hora que não podem fazer barulho. Mas que coisa! Sorte que meu pai não acordou. E, sim, ele está sozinho na cama. Se ele está sozinho, minha mãe realmente saiu daqui agora, vestida daquele jeito.
Apenas uma coisa passa pela minha cabeça agora, e é uma coisa que eu não queria pensar. Acho que ninguém no meu lugar gostaria de pensar numa coisa dessas. Traição. Minha mãe está traindo meu pai. Só que eu não posso provar isso. Eu poderia segui-la. Poderia, mas não segui. E não daria, de qualquer. Eu só poderia ir se fosse de carro e esse chamaria muita atenção.
Alguma coisa “apitou” em meu subconsciente. “Procure provas!”. Eu não posso deixar que meu pai seja enganado dessa forma. Não vou deixar que aquela mulher faça isso. Nesse momento, eu não poderia estar mais desperta. O sono que eu tinha antes, sumiu. Fui até o escritório particular daquela mulher e comecei a revirar as coisas. Não me preocupei de estar tirando tudo do lugar. Essa coisa toda já estava uma bagunça mesmo. Abri todas as gavetas e tirei tudo o que tinha dentro delas. Nada. Mas… Há! Fundo falso. Que coisa de novela. Nada original. Tirei o fundo da gaveta e só encontrei dinheiro. Além de tudo ela ainda esconde dinheiro do meu pai. Sacana!  Tem que ter alguma coisa por aqui. Ela não pode fazer isso sem deixar nenhuma pista. Ela tem que ter dado algum deslize.
Continuei a procura, até que achei um envelope. Um parecido com o que me enviaram com fotos do Scott com a Ruby. Lembrar dessa ocasião me dá arrepios. Tudo bem. Foco no envelope na minha mão. Abri-o com cuidado para não amassar, nem rasgar e tirei os papéis que tinham lá dentro com o mesmo cuidado. Não são fotos. São cartas.
Sem pensar duas vezes, li a primeira que me apareceu. Acho que uma leitura nunca me deixou com tanto nojo. Nojo da minha própria mãe, nojo de mim por ter saído de dentro daquele ser asqueroso! Coisas vulgares e imorais. Coisas que eu nem sabia que poderia ainda passar na mente de adultos.
Agora a questão: conto ou não para o meu pai? Porque essas cartas escritas são provas o suficiente.
O certo seria contar, eu sei. Mas não sei se aguentaria vê-lo sofrer por saber disso. Por outro lado, também não sei se suportaria guardar esse segredo e conviver com ele, sabendo que estou enganando meu próprio pai e acobertando as sujeiras de Marie.
É uma decisão difícil. Nesse momento eu gostaria de ter uma sabedoria extraordinário. Talvez assim, eu soubesse como resolver isso sem que ninguém saia prejudicado ou magoado nessa história.