segunda-feira, 28 de julho de 2014

POV Cap. 19

Paris's POV
Rejeitada, trocada... Eu não acredito nisso! Como o Scott pôde me trocar por aquela... aquela... Como ele teve coragem? Ninguém troca Paris Anderson. Ninguém! Eu sou irresistível. Sou a garota mais desejada. Isso não vai ficar assim. E não estou falando só da Alysson, mas daquela tal de Sarah também. Ninguém me humilha daquele jeito e sai impune. Elas vão sofrer. Ah, vão. E o Scott vai ser meu!
Já estamos no último dia de acampamento. Não deu pra fazer muita coisa por aqui. Mas quando voltarmos para a escola... Me aguardem. Hoje teremos a festa de despedida. Festa de pobre. Argh... Mas não vou deixar de ir. Como é aquele tipo de festa em que os meninos tem que convidar as meninas, recebi vários convites, mas preferi ir com o Ethan mesmo, só pra provocar a Sarah.
Me arrumar foi um desespero. Sarah parece que faz de propósito. Se trancou no banheiro e só saiu depois do que pareceram horas. Por isso, acabei de me arrumar tarde. Ela que me aguarde. Tudo isso que ela faz vai ter volta.
Nunca liguei muito para o que as pessoas dizem para mim, mesmo que sejam os piores dos insultos, ou até que me batam. Não dou importância. Eu provoco, eu sei. Mas quando ela falou dos meus pais, ganhou uma inimiga mortal. Eu confiei esse assunto a ela, na época em que não era um segredo (já que hoje todo mundo sabe), eu desabafei com ela, na época que éramos amigas. Sim, amigas. E, mesmo que estejamos nesse clima de rivalidade agora, achei que ela respeitaria isso. Ela sabe o quanto é difícil pra mim lidar com essa situação. Mas agora já foi. Ela não teve pena de mim na hora de gritar que sou rejeitada pelos meus pais, agora vou para cima dela sem dó nem piedade.
Enfim, terminei de me arrumar. Ethan já estava impaciente na sala, e eu já estava perdendo a paciência com ele. Quem ele pensa que é para gritar comigo? Nem meus pais fazem isso. Até porque eles não estão aqui para fazer isso, mas isso não vem ao caso.
- Anda, Paris! A festa já deve estar acabando. - Ethan berrou pela décima vez só nesse minuto. Será que ele não pode esperar que eu termine de passar a droga de um batom?
- Já estou indo! - berrei de volta. espalhei o batom vermelho e sorri para o meu reflexo no espelho - Você está linda! Você é linda e muito adorada. - respirei fundo e saí do banheiro - E então? - perguntei para Ethan enquanto dava uma rodada.
- Fica melhor sem esse vestido. - respondeu me olhando de cima a baixo. 
Posso contar isso como um elogio? Posso. Mas eu preferia que eles parassem de me olhar assim... Eu não acredito que vou dizer isso, mas talvez (só talvez) Sarah estivesse certa quando disse que eu não passava de um objeto para saciar o desejo masculino. Porque é só pra isso que eu tenho servido ultimamente.
- Será que você pode me elogiar direito? - perguntei já meio exaltada.
- Quer elogio melhor que esse? Eu não levo qualquer uma pra cama não.
- Ethan, será que dá para você ter pelo menos um pouco de respeito por mim?!
- Respeito? - começou a gargalhar - Você se veste assim, age como uma completa vadia e quer respeito? - ok, essa doeu - Nem o Scott, o seu perfeitinho, te respeita, Paris. E você quer respeito vindo de mim? - saí da cabana pisando forte e batendo a porta.
Eu ia sair correndo dali pra não sei onde. Eu só quero chorar.
- Ei, Paris. - Ethan me chamou. Sendo sincera, eu tinha esperança de que ele me pedisse desculpa, mas: - Nosso acordo ainda está de pé, não é?!
Ah, claro. O acordo. Querem saber por que estamos juntos? Não é porque gostamos um do outro, acredite. Eu não suporto o Ethan. Bom, eu estou com ele por vingança. Me vingar da Sarah, e mexendo com a Sarah, atinjo, mesmo que bem pouco, a Alysson (mas para ela eu tenho outros planos). E, claro, para reconquistar o Scott.
Olhei ao longe, e vi Alysson e Scott vindo em direção às cabanas. Suspirei e me sentei em um dos poucos degraus que ligam o chão a varanda da cabana.
- Claro, Ethan. Ainda está de pé. - ouvi-o suspirar pesadamente. Ele desceu as escadas e ficou de frente para mim. Nesse momento, Alysson e Scott entram na cabana. - Você pode ir para festa. Não vou mais.
- Tudo bem. - ele nem protestou, só saiu andando. Alysson e Scott saíram em seguida, e nem olharam para o lado.
Fiquei sentada mais um tempo, até decidir entrar, porque está frio. Mas ouvi alguém me chamar antes que eu sequer me levantasse.
- O que você quer, Peter?
- Eu acho que você deveria me tratar com mais respeito, porque eu tenho uma coisa que você quer. - ele disse.
- Uma coisa que eu quero? - perguntei desconfiada - Que coisa é essa?
- Vingança... e o Scott.


Sim, eu parei o capítulo no meio da conversa. Me matem, me odeiem, só não parem de ler haha Beijos de amora e até breve :*

sábado, 26 de julho de 2014

POV Cap. 18

Alysson's POV
- Sério, você está passando dos limites. – informou Lily. E, embora mantesse a voz calma, eu sei que ela está nervosa.
- Sério – tentei imitar sua voz -, vocês já estão irritando com essa conversa. Eu já disse que sei o que estou fazendo.
- Não, Aly. Não sabe.  – exaltou a voz pela primeira vez, me fazendo estremecer. Ela suspirou antes de continuar – Eu sei que o Scott não é o melhor cara do mundo. Eu mesma não vou com a cara dele. Mas daí ficar com o Kyle só pra não ficar com o Scott... Você já foi mais esperta, Alysson. – abri a boca para responder, mas ela continuou – Já disse repito: essa é a coisa mais estúpida que você já fez na vida. Não vai dar certo. E, eu não acredito que vou dizer isso, mas eu até concordo com o que a Sarah disse. Se tiver que acontecer alguma coisa entre vocês, não vai ter Kyle no mundo que impeça. – foi minha vez de suspirar.
- Eu sei disso. – é difícil admitir, mas eu sei.
- É, Alysson. Mas não adianta saber se continua fazendo besteira. – ela sentou-se ao meu lado em sua própria cama. Estamos sozinhas na cabana dela. A sua dupla, Kyle, estava fora.
Sim, Kyle é a dupla da Lilyan. E ela não gosta nada disso. Quando estão juntos, ela só falta soca-lo até o mesmo ficar inconsciente. Segundo ela, Kyle é o ser mais ignorante, detestável e desprezível que existe.
- Agora não tem mais volta, Lilyan. O que está feito está feito.
- Sim, você não pode voltar ao passado e desfazer essa burrada, mas pode consertar. Termina com o Kyle, Aly.
- Eu não posso fazer isso.
- Caramba, Alysson! – tornou a gritar
- Será que dá pra você parar de gritar?! – foi minha vez de exaltara voz.
- Desculpa. – abaixou o tom de voz – Mas é para o seu próprio bem. Você já sofreu uma vez por causa de um garoto, e agora arranja um pior do que o Peter. 
- Não diga o nome desse... desse... - não achei palavra que pudesse o definir.
- Tudo bem. Me desculpe por isso também.
- Tudo bem. - ficamos um tempo sem dizer nada, e eu soube que a conversa não se estenderia mais - Eu tenho que ir agora. - informei.
- Tudo bem.
- Tudo bem. - disse rindo devido a quantidade de "tudo bem" que dissemos em pouco tempo.
- Pensa no que eu te disse, Aly. Pensa no que todo mundo te disse. - assenti - Eu não gosto do Scott...
- Você já disse isso. - lembrei.
- Me deixa terminar. - ela pediu - Mas eu prefiro que você fique com ele do que com o Kyle. Eu até suportaria os amiguinhos dele.
- Nossa. - disse arregalando levemente os olhos - Isso tudo é preocupação comigo? - disse soltando uma risada debochada.
- Eu falo sério, Aly. - disse revirando os olhos, mas com um sorriso no rosto.
- Obrigada. - a abracei e ela sorriu em resposta. Saí da cabana em seguida.
...
Sem paciência. É assim que me sinto. Estão todos me tratando como um criança. Eu sei o que estou fazendo, e sei que esse lance com o Kyle não vai dar certo. Eu não quero que dê. Só o estou... usando? Não sei se essa é a palavras certa. De qualquer forma, isso só vai durar até eu ter a certeza de que não vou cair nos braços do Scott. Pois é, resisti até agora, mas não posso negar que Scott não é de se jogar fora. Muitas me acham de louca por dispensá-lo, mas eu não consigo confiar nele. Não quando ele anda com pessoas como o Peter. Mas, meu Deus, ele é de tirar o fôlego!
No momento, estou no meio da mata. Os professores resolveram fazer o tal do caça a bandeira. Geralmente, eu até gosto de participar de jogos assim. Mas não hoje. Estou bastante indisposta e com uma cólica terrível! Mas quem se importa, não é?! Vamos ir mata a dentro brincar de pegar a bandeira. Enfim, não vou participar de nada mesmo, então vou me isolar em qualquer canto no fundo da mata. Depois dou um jeito de voltar. Depois de andar muito, encontro alguém... um alguém que eu não queria ver.
- Alysson Cooper. – disse Scott abrindo os braços e um largo sorriso no rosto – E você ainda diz que nós dois juntos não é coisa do destino. - Seu eu der um tiro nele, vou presa?
Soltei um longo suspiro e desviei o olhar dele.
- Não enche, Scott. – foi tudo o que eu disse antes de continuar meu caminho, o ignorando o máximo que posso.
Não me afastei muito antes de sentir Scott agarrar meu braço e girar meu corpo, me fazendo desequilibrar por um breve momento.
- Seja lá o que esteja pensando em fazer, não vai funcionar. - garanti. Tudo bem, talvez eu não tenha dito com tanta segurança. Afinal, eu não estou nada segura das minhas palavras. Tenho medo de cair em tentação dessa vez.
- Você é tão segura de si. – ele disse – Impressionante!
Não vou deixá-lo ganhar essa. Resisti outras vezes, vou resistir mais essa. Ele não vai me ganhar assim tão fácil.
- Você está invadindo o meu campo, Alysson Cooper. Não posso te deixar seguir.
Revirei os olhos para tentar ganhar tempo e pensar em alguma coisa sensata para dizer.
- Eu só quero ficar sozinha um pouco, Scott. Dá para ser ou está difícil? - disse o mais rudemente que consegui, o que, pelo visto, não foi o bastante.
- Você pode ficar sozinha comigo. – respondeu ainda segurando meu braço.
- Você não existe. – eu disse rindo.
Rindo? Alysson, pare já com isso!
- Eu sei, eu sei. Sou bom demais para ser verdade.
Revirei os olhos novamente, sem conseguir conter o riso. Senti-o deslizas as mãos pelo meu braço e segurar minha mão. Olhei para nossas mãos dadas, depois para ele. Ah, não. Não faz isso.
- E você – ele começou – não consegue resistir.
Vamos, reaja! Faça alguma coisa. Não o deixe vencer.
Juntei toda a minha força de vontade, e puxei minha mão da dele.
- O seu problema, Scott, é que você é muito seguro de si. Seguro até demais. – Aí sim. Essa é a Alysson que eu conheço. Comecei a andar, mas parei alguns passos depois – E eu tenho namorado. Devia respeitar isso.
Dito isto, Scott começou a gargalhar alto. Eu não deveria ter parado.
- Você pode me xingar, dizer que eu não sirvo pra você, ou qualquer coisa do tipo. Mas dizer que tem namorado não. Isso é uma grande mentira. – não posso negar que ele tem razão.
- Ah, é uma mentira?! Então, se não é o meu namorado, o que o Kyle é? – Não posso dar o braço a torcer, por mais que ele esteja certo.
- Uma desculpa. – ele respondeu. Se eu fiquei confusa? Um pouco. Mas faço uma ideia do que ele está falando – Uma desculpa para você continuar resistindo.
Ele começou a vir na minha direção. Isso não é bom. Eu comecei a regressar na mesma velocidade, até que bati numa árvore. Maldita árvore! Scott praticamente correu até mim, talvez vendo uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Esticou o braço esquerdo me impedindo de sair. Pronto. Caí em uma de suas ciladas.
Silêncio. Silêncio mortal, incomodo e constrangedor. Tentei empurrá-lo com as duas mãos, sem sucesso. Scott as prendeu no alto da minha cabeça.
Aproximou-se de meu ouvido e sussurrou, me causando arrepios:
- A verdade é que você não consegue e não quer resistir. - não gosto nada do efeito que ele tem sobre mim.
Ele afastou-se alguns centímetros e me observou por um estante. Já era. Não tenho mais como me livrar daqui. Ele começou a se reaproximar de mim e eu, instintivamente, fechei os olhos. Não queria, mas queria. Estou em uma luta travada contra mim mesma.
- Eu não disse?! – ouvi sua voz próxima as meus lábios. Scott soltou minhas mãos e, ao abrir os olhos, vi que estava se afastando. Ah, não, Scott Miller. Já começou, agora termine! Num ato meio voluntário, meio involuntário, envolvi sua nuca com minhas mãos e o puxei para um beijo.
Ele demorou para corresponder, o que me deixou meio nervosa, mas logo senti suas mãos envolver minha cintura suavemente. Era um beijo calmo, sem desespero. Puxou mais a minha cintura, fazendo-me ficar na ponta dos pés. Puxei ainda mais a sua nuca, em resposta ao seu toque. Quando ele me pressiona contra a árvore, ouço meu celular tocar. Isso é sério?
Close your eyes
Let me tell you all the reasons why
I think you’re one of a kind
Here’s to you
The one that always pulls us through
You always do what you got to do
You’re one of a kind
Thank God you’re mine...
- Michael Bublé. Sério? – foi a primeira coisa que ele disse. Sua voz soou desdenhosa e sua testa está franzida.
- Disse o cara que curte Ed Sheeran. – rebati, ainda ofegante.
- Ei, Ed Sheeran é um ícone da música romântica! – protestou.
- Não vou discutir gosto musical com você. – murmurei dando o assunto por encerrado.
- Espera. Você está usando celular? – arqueei uma sobrancelha.
- Acho que sim. – respondi.
- Contra as regras. – explicou-se.
- Vai dizer que você não está usando também?
- Claro que estou. Mas você é...
- A filha do diretor. – o interrompi – Devia seguir as regras, ser a certinha e a mais inteligente, um verdadeiro exemplo e blá blá blá... Poupe-me desse discurso, por favor. - realmente, esse tipo de conversa me irrita. Será que é tão difícil assim me tratarem como Alysson e não como a filha do diretor?
 - Tudo bem. Foi mal.
O celular voltou a tocar.
- É melhor atender. – não respondi. Apenas me afastei e atendi.
- Temos que ir. O jogo já acabou há algum tempo. Somos os únicos que faltam. – disse simplesmente.
- Tudo bem, então. – Scott me segurou pela cintura e juntou nossos lábios novamente. Não posso negar que gosto disso. Mas, caramba, eu caí em tentação. Uma desculpa. Eu preciso de uma desculpa...
- Ai meu Deus! – gritei nos separando de forma bruta – EU TENHO NAMORADO!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A de Alana - volume 1


Alana, ou Lana, é uma garota de apenas 16 anos, mas já morou em praticamente todos os Estados do Brasil. Sendo filha de uma grande empresária, Lana não fica mais do que 6 meses no mesmo lugar. Por causa disso, ela tornou-se uma menina anti-social, sem um único amigo, exceto André, seu pai. Devido a algumas situações difíceis que enfrentou no passado em relação a sua aparência, Alana passou a, não só ser desprezada, mas desprezar os outros. Viver sozinha em seu próprio mundo parecia-lhe mais produtivo e agradável, do que se socializar com barbie's e Ken's que não aceitam a diversidade humana.
Essa breve história narra, em apenas 10 capítulos, uma de suas mudanças, dessa vez, para o Rio de Janeiro. O ciclo vicioso de sua vida recomeça: escola nova, pessoas idiotas e solidão. Até que as coisas fogem de sua normalidade, quando alguém resolve derrubar o escudo protetor que ela construiu em volta de si.
A de Alana é uma história de amizade, amor e superação. Conta, sem dispensar um bom drama, a reviravolta que Alana sofre em sua vida. Uma jovem e solitária escritora, um moreno de olhos cinzas, que foge totalmente do padrão "riquinho mimado" e uma patricinha de carteirinha, compartilham esses 10 capítulos com uma variedade de sentimentos, muita confusão e, claro, diversão.

*Link: https://www.wattpad.com/story/24842794-a-de-alana

domingo, 20 de julho de 2014

POV Cap. 16

Sarah’s POV
Estamos eu, Alysson e Lilyan na área de esportes assistindo a um jogo de futebol masculino. Sei que não sou boa nesse, e alguns outros esportes, mas esses meninos jogam realmente mal. O jogo foi bem parado, para falar a verdade. A cada dois passos que eles davam era uma falta diferente. O jogo foi basicamente isso: faltas. Além de os jogadores ficarem muito mal distribuídos no campo. Lilyan não para de gritar o quanto eles são estúpidos e de opinar sobre a posições e jogadas, mas é claro que eles não ouvem, e isso está a deixando louca. Alysson está num estado parecido, mas não grita, aliás, não se manifesta em nenhum sentido. Fica só sentada com os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos juntas perto da boca, como se fizesse uma oração silenciosa, e a expressão aflita. Alguma coisa me diz que não é por causa do jogo, apesar de saber que ela entende tudo sobre o esporte. Lilyan e Alysson são amantes de esportes. Já eu... Eu sou amante de moda. É, eu ainda não descobri como a gente se dá tão bem.
                - Aly, está tudo bem? – eu perguntei. A expressão de seu rosto está começando a me preocupar.
                Ela desvia o olhar do jogo por um instante e fita os próprios pés. Após dar um longo suspiro, sua atenção voltou-se para mim. Agora eu tenho certeza de que tem alguma coisa errada. Lily está sentada do meu lado esquerdo, enquanto Aly está do meu lado direito. Não esperei que ela dissesse nada. Me aproximei mais dela e a abracei. Ela logo me abraçou de volta. Sei que ela está se segurando para não chorar. Alysson Cooper se faz de durona, mas é uma manteiga derretida. Sei como ela odeia chorar na frente dos outros.
                Depois de um tempo, ela me soltou gentilmente e encarou as próprias mãos, que agora descansam em seu colo.
                - É o Kyle. – diz por fim.
                - O que aquele idiota fez? – perguntei já irritada. Eu fui contra esse namoro desde o início.
                - A gente discutiu de novo, só isso. – disse como se realmente não fosse nada demais.
                - Só isso? Aly, vocês voltaram não faz nem uma semana e já estão nesse clima?! – controlei minha voz para não gritar – Eu disse a você que isso não ia dar certo. – falei baixinho torcendo para que ela não ouvisse e, ao mesmo tempo, para que ouvisse. Não quero deixa-la triste nem nada assim, mas ela precisa ouvir a verdade de alguém.
                - Eu sei, Sarah. Só que... Eu não posso terminar com ele agora.
                - Alysson, você é uma garota esperta. Sabe que isso não vai funcionar. Ficar com o Kyle pra não ficar com o Scott... Isso é ridículo. Você sabe disso, não sabe?
                - Eu sei. Mas eu tenho que arranjar um jeito de mantê-lo longe de mim.
                - E de você ficar longe dele. – ela assentiu tristemente.
                Seria mais fácil se ela ficasse com o Scott de uma vez. Caramba! Por que ela complica tanto?
                - Sabe, Aly, se você quiser ficar com ele e ele quiser ficar com você, quando chegar a hora, não vai ter Kyle que impeça de acontecer. – ela já não olhava mais para mim.
                Disse o que eu penso de verdade. Se eles gostam, ou pelo menos desejam um ao outro, quando chegar o momento, nem ela e muito mesmo ele, vão lembrar que mais alguém existe nesse mundo.
                - Eu acho que vou dar uma volta por aí. – eu assenti e ela se foi.
                - O que ela tem? – Lily perguntou quando Alysson já estava distante.
                - O de sempre.
                - Kyle e Scott? – assenti em resposta. Ela não disse mais nada, apenas voltou a prestar atenção no jogo, que já está acabando.
                Assim que o jogo acabou, eu saí imediatamente da arquibancada, indo em direção ao portão. Não gosto de lugar com muita gente, muito barulho... Mas alguém me impediu de continuar andando.
                - Ethan?
                - Sarah, pelo amor de Deus. Você precisa me ouvir. - sua voz soa um pouco desesperada. Me permito sentir um pouco de preocupação, mas não a demonstro, nem em minha voz, nem em minha expressão.
                - O que foi? – perguntei secamente.
                - Aquilo com a Paris. Aquilo não era o que você estava pensando. – e a aquela preocupação foi embora.
                - Realmente. Não foi nada que eu pensei, foi o que eu vi. Foi o que todo mundo aqui viu! – quase gritei. Como ele tem a cara-de-pau...?
                - Não. Sarah, me ouve. Ela está me obrigando a isso. – sussurrou.
                - Deve ser mesmo um terror ter que ficar se esfregando na Paris por aí. – ironizei.
                - Sarah, você não está entendo. A Paris... – sua frase foi interrompida por uma voz irritante:
                - Oi, gato. – Paris disse já o agarrando para um beijo.
                Nesse momento, todos os que estavam presentes na campo de futebol e nas arquibancadas estão olhando para nós.
                - Oi, Paris. – ele diz com um sorriso no rosto, o que me faz erguer uma das sobrancelhas e cruzar os braços, encarando estupidamente a ceninha do casal.
                - Oi... – Paris disse olhando para mim – coisinha. – completou assumindo uma expressão de nojo. Eu apenas revirei os olhos. – O que foi? Não se acostumou ainda, Sarinha?
                - Com isso aí? – apontei para os dois de cima a baixo, com desdém. – Já sim. Já passei perto de um lixão. Não é muito diferente.
                - Inveja? – ela provocou com um sorriso no rosto, ainda pendurada no pescoço de Ethan.
                - Bom, depende. Você teria inveja de alguém que come restos? – revidei. Ela se separou de Ethan. O sorriso já não é tão grande como antes.
                - Para o seu bem, é bom que não esteja insinuando...
                - Não. – a interrompi – Não estou insinuando nada. Estou afirmando.
                - Bom, pelo menos eu não tenho um par de chifres. – ela disse com um sorriso vitorioso – Nem uma amiga vadia. – Ah, agora ela passou dos limites.
                Dei um tapa bem estalado na cara dela. Paris riu da minha reação.
                - Não aguenta a verdade, não é, Sarinha?! Não consegue aceitar o fato de que Ethan achou coisa melhor do que uma sem sal como você. – ela cuspiu as palavras no meu rosto, ainda com aquele sorriso no rosto.
- Falou bem, Paris. Uma coisa. Porque você não passa de um objeto pra saciar o desejo masculino. – devolvi. Eu não vou deixar que ela me humilhe. Já fiquei calada uma vez. Agora está na minha hora de revidar o veneno dessa víbora.
- Olha bem como fala comigo, garota. – bom saber que acertei bem na ferida.
- Como alguns objetos – continuei -, você também passa da validade, Paris. E de tão podre que é, nem pra adubo serve. – as pessoas já formam uma roda a nossa volta.
- Se você disser mais uma palavra… - ela disse entre os dentes. Mas eu a interrompi.
- Mas parece que o Ethan não se importa de ficar com restos. – fiz questão de olhar a expressão de Ethan nesse momento, e não era das melhores - Pelo menos o Scott foi esperto e te dispensou bem rapinho, não é?! – Sinto ter que envolver o Scott nessa, mas eu preciso usar as armas que tenho. E ainda não acabou. Se eu quero mesmo deixa-la mal, tenho que tocar no ponto fraco: - Você é tão desprezível, que nem os seus pais a querem por perto.
                Eu sei, eu sei. Assunto delicado e íntimo demais, mas no momento eu não me importo com nada disso. Eu só quero sair por cima dessa vez. Quero vencer a discussão.
- Você… Você não tem o direito de falar dos meus pais. – ela está a ponto de chorar. Bingo! Bem no alvo! Agora, para fechar com chave de ouro:
- Não aguenta a verdade, não é, Paris?! – pronunciei seu nome como se tivesse nojo do mesmo - Não consegue aceitar o fato de que nem seus pais conseguem conviver com você por muito tempo.
                Ela começou a ficar vermelha. Eu não se é de tentar segurar o choro ou se é de raiva. Talvez seja os dois. Mas, adivinha. Eu não me importo. Pra mim, a única coisa que me importa agora, é que eu venci.    

sexta-feira, 18 de julho de 2014

POV Cap. 15

Anthony's POV
Quando o Scott apareceu na minha cabana segurando uma Sarah desacordada, eu entrei em um breve momento de desespero. Primeiro: pensei que alguma coisa grave, muito grave, tivesse acontecido com a Sarah, porque ela estava desacordada. Segundo: Scott está carregando uma garota no colo, e parece realmente preocupado com ela. Dois grandes motivos para me desesperar. Comecei a fazer várias perguntas, as quais ele respondeu com um simples:
- Ethan e Paris.
Ethan e Paris?
Nunca nem passou pela minha cabeça que esses dois soubessem da existência um do outro, quanto mais...
Ethan nunca me pareceu o tipo de cara  legal, mas também não parecia ser o tipo de cara que trai a namorada. E mais ainda, que tipo de cara trai uma garota como a Sarah? Linda, inteligente, meiga... A garota perfeita para qualquer cara. Tudo bem que a Paris é... Bem, é a Paris. Mas, mesmo assim, ela não merecia isso.
Pensando por outro lado, não que eu concorde com o que Ethan fez com a Sarah, mas faz um certo sentido esses dois juntos. Quer dizer, se fosse alguma coisa séria. Eles são como a realeza do colégial. O capitão do time de basquete e a garota mais popular (e desejada) do colégio. E como agora são dois sem caráter, ambos se merecem.
Scott a colocou na cama. Ela está apenas dormindo. Pelo menos não foi nada grave. Quer dizer, não fisicamente. Ela deve estar acabada emocionalmente.
...
A hora do almoço está perto. Faltam 10 min. Aqui nós almoçamos numa espécie de refeitório que tem atrás da área de esportes. Acho melhor acordar Sarah.
Acaricio levemente sua bochecha, enquanto chamo seu nome num tom baixo e suave. Dá um pouco de pena acordá-la. Ela parece tão serena, calma. Chamá-la de volta a realidade, onde seu namorado a traiu com a garota mais desejada pelos meninos e, automaticamente, mais odiada entre as meninas, me parece muita maldade. Mas uma hora ela vai ter que acordar e enfrentar tudo isso. E é bom que esse momento seja quando alguém está com ela. Sei que, provavelmente, eu não sou a pessoa que ela mais quer ver nesse momento, mas é melhor do que ninguém.
Ela se mexe um pouco e geme baixinho. Lentamente, ela abre os olhos e tenta adaptá-los a luz do ambiente. Esfrega os olhos e me encara em seguida.
- Anthony? - sua voz soa baixa, rouca e falha.
- Oi. - digo com um pequeno e breve sorriso.
Não sei bem o que dizer. Aliás, não sei se há algo que possa ser dito. Sei que a possibilidade de eu confortá-la ou fazê-la sorrir de novo é mínima. Sou péssimo nessas coisas.
- Como você está? - que pergunta idiota. É claro que ela não está bem!
- Poderia estar melhor. - responde enquanto se senta na cama. Um silêncio constrangedor se instala. Não sei exatamente como quebrá-lo, e ela também parece não saber.
Apesar de dividirmos a mesma cabana, não costumamos conversar. Já fomos próximos um dia. Antes de o Peter fazer o que fez com a Alysson e começar a andar com a gente.
Eu, Peter, James, Ross e Zac somos o que chamam de "desajustados". Não nos encaixamos em nenhum outro grupo. Claro que Peter se tornou um desajustado quando aprontou com a filha do diretor.
- Soube que James brigou feio com o Ethan. - comentei, fazendo com que Sarah me olhasse com os olhos levemente arregalados.
- James.
- O próprio.
- Mas... - ela desviou o olhar por um momento - Mas porque? - me olhou novamente.
- Pelo que eu ouvi, por você. - ela corou levemente, mas logo se recompôs.
- Eu não acho que tenha sido por isso. - disse com a voz fraca, e logo completou com a voz mais firme - Ele não teria motivos para fazer uma coisa dessas.
Nesse ponto eu tenho que concordar com ela. James nunca demonstrou ser um príncipe-encantado-defensor-de-meninas-traídas, muito menos algum interesse pela Sarah. Tenho que ter uma conversa com ele depois.
- Bem, foi o que eu ouvi. Mas ultimamente eu não duvido de nada. - não depois de ver o Scott bancando o cavaleiro de armadura branca.
- Isso é estranho. - ela concluiu. E aquele tal silêncio constrangedor se instalou novamente. Então, eu disse a primeira coisa que me vei a cabeça:
- Ethan é um babaca. Você não merece o que ele te fez.
- Hum? - questionou.
- Anh... É. É isso. Que tipo de cara, em plena consciência, trai uma garota como você?
- Uma garota como eu?
- É. Tudo bem que a Paris é gata, mas você é mais do que isso. E... - e foi aí que eu percebi que estava falando demais. Sarah estava parada, me encarando, com um sorriso que eu não consegui definir.
- Obrigada. - ela respondeu num sussurro. Pude perceber que ela estava levemente corada.
- Então... Você vai almoçar agora, ou vai esperar o segundo horário?
- Não. Eu vou agora. - respondeu levantando-se da cama. - Me espera? Só vou trocar de roupa.
- Tudo bem.
Lançou-me um sorriso, o qual eu retribuí, e saí do quarto.

***
Ok, não ficou enorme, mas tem cenas inéditas. E, para as shippers de Sary (Sarah + Anthony), me amem. Pelo menos por enquanto... Beijos de amora :*

terça-feira, 8 de julho de 2014

POV Cap. 12/13

Anthony's POV
Sempre soube que Scott era um idiota, até mesmo na época em que ele não se relacionava com ninguém da família além dos pais. Sempre ouvi conversas dos meus pais com os pais dele, dizendo como ele dava trabalho, principalmente em relação à garotas. Quando ele veio morar comigo, logo vi que tipo de cara ele é. Eu sempre tolerei esse jeito dele, por mais que odiasse, mas nunca me meti. Afinal, a vida é dele, e não minha. Mas quando ele se meteu com a Alysson. Ah, eu tentei ficar calado, mas não adiantou. Ele pode brincar com essas oferecidas, mas não com ela, não com a minha Alysson.
Tudo bem, pareci uma garota agora. Mas eu não me importo. Eu gosto da Alysson, gosto de verdade, e simplesmente não suportei ficar parado assistindo ele brincar com os sentimentos dela. Eu me segurei por muito tempo, mas no momento que Dylan me disse que Scott sabia o que eu sentia pela Aly... Essa foi a gota d'água que faltava para o balde transbordar. Eu fui falar com Scott na primeira oportunidade que eu tive. Scott ainda teve a cara-de-pau de se fazer de desentendido.
- Ei, ei! Vai com calma. Do que você está falando?
- Sim, você sabe, Scott. Dylan me contou. - e foi aí que ele fez a cara que o entregou. Aprenda a mentir, Scott, pensei.
- Anthony, cara, me escuta. - ele começou, mas eu o interrompi, já sem paciência.
- Não venha com essa de "cara" pra cima de mim, cara.
- Anthony, é só uma aposta. - agora ele passou dos limites!
- Talvez pra você, mas não pra mim. Isso pode parecer ridículo - suavizei meu tom de voz, mesmo explodindo por dentro -, você pode me zoar o quanto quiser, mas ela é importante para mim, cara. - desabafei, com a esperança de que surtisse algum efeito.
- Eu sinto muito, Anthony. Mas eu não posso voltar atrás agora. Espero que entenda. - espera que eu entenda? ESPERA QUE EU ENTENDA?! Só pode ser brincadeira!
- Você espera que eu entenda? Scott, você acha que eu vou ficar parado vendo você brincar com os sentimentos da Alysson?
- Anthony...
- Você está muito enganado, Scott. - digo saindo do quarto, batendo a porta com força.
Na manhã do dia do acampamento, tentei falar com ele novamente. Pensei em começar pedindo desculpas por tê-lo ameaçado e ter gritado com ele. Foi uma cena ridícula, pareci uma menininha falando, mas foi. E, por um breve momento, eu pensei que ele estava criando juízo, confessou que eu estava certo, mas então completou:
- Mas isso não significa que eu mudei de ideia. Vou seguir com a aposta.
- Mas que droga, Scott! - grito e soco a primeira coisa que vejo. - Que droga! Você não vê o que está fazendo?
- Eu sei o que estou fazendo, Anthony. Mas não posso desistir agora e você sabe disso. Aliás, intensificar a aposta foi ideia sua. - responde com toda calma do mundo, me irritando ainda mais.
Eu sei que ele tem razão. Eu sei que foi ideia minha. Mas eu tinha um motivo, uma ideia... Uma péssima ideia.
- Eu sei. Eu fiz isso porque achei que assim você desistiria. - eu disse num tom de voz excessivamente baixo.
- Eu sinto muito, Anthony. - a essa altura eu já me conformei... mais ou menos. Sei que ele não vai voltar atrás. Só me resta tentar fazer um último pedido:
- Só... tenta não machucá-la muito, está bem?
- Tudo o que eu não quero é machucá-la.
Não posso negar que essa resposta me surpreendeu, mas não demonstrei nenhuma emoção. Apenas saí do quarto sem dizer mais nada.
Pouco tempo depois, minha mãe fez uma ceninha na sala, dizendo que Scott tinha que ficar responsável por mim. Tudo o que eu precisava depois da conversa que a gente teve. Dylan nos deu uma carona até a escola. Não nos falamos muito depois disso. Mas no terceiro dia de acampamento, na fogueira, trocamos mais palavras do que nas últimas 72h. Contei a ele a história de Alysson e Peter. Scott não teve nenhuma reação exagerada, disse apenas:
- Peter é um babaca.
O que me deixou com muita raiva, a qual eu reprimi.
Eu sei que esse acampamento vai render muita coisa, principalmente para Scott, mesmo que Alysson esteja com Kyle. Aqui ela não tem para onde fugir, e até hoje eu nunca vi nenhuma garota resistir ao Scott. Isso não me conforta nem um pouco. Eu sei que a Alysson vai acabar magoada. O que me conforta? Saber que no fim das contas, eu posso ser aquele que vai consolá-la.

Eu sei, eu sei. POV pequeno demais. eu tentei fazer maior, juro. Mas ando com uns problemas que tem atrapalhado um pouco o meu raciocínio, minha concentração e, consequentemente, minha criatividade. Prometo que farei outro POV do Anthony ao longo do acampamento. Espero que tenham gostado. Beijos de amora.